A gestão João Doria pretende concluir completamente a modernização da Linha 10-Turquesa até 2022.
A informação é do governador em exercício Rodrigo Garcia que na manhã desta quarta-feira, 10 de julho de 2019, apresentou composições mais novas para a ligação entre o Brás e Rio Grande da Serra.
A linha conta agora com 18 composições mais novas, sendo 12 composições da série 7000, fabricadas entre 2009 e 2010, e 6 composições da séria 7500 que já estavam em circulação na linha, feitas entre 2011 e 2013, de acordo com Rodrigo Garcia.
Os trens espanhóis do ano de 1974 foram retirados da circulação habitual, mas algumas unidades continuam como reserva operacional.
Rodrigo Garcia também prometeu a extensão de estações atendidas pelo Serviço Expresso ABC e no número de partidas, mas não deu datas.
Sobre a modernização completa da Linha 10-Turquesa, para elevar a operação ao padrão de metrô, Rodrigo Garcia diz que a estimativa é que os trabalhos sejam concluídos em 2022.
“A partir de agora todos os trens são novos. A modernização das estações sofre um planejamento da CPTM, onde em 2019 alguns projetos estão sendo concluídos e nós vamos licitá-los para que as obras sejam executadas entre 2020 e 2021, e no ano que vem o restante dos projetos também serão concluídos para que a gente execute as obras em 2021 e 2022. Importante é que a Linha 10 será completamente remodelada”, afirmou o governador em exercício.
Rodrigo Garcia também afirmou que a Procuradoria do Governo do Estado busca um modelo adequado para a licitação do BRT que vai substituir o monotrilho no trecho previsto para a Linha 18 entre São Bernardo do Campo e a estação Tamanduateí na capital paulista.
“O Governo do estado vai dialogar com o Consórcio Vem ABC para fazer uma rescisão amigável. Importante é que nós já esclarecemos na entrevista coletiva com o governador João Doria a inviabilidade do monotrilho, porque era um investimento muito alto para um número de passageiros que não justificava esse investimento”, afirmou Garcia.
“Mas mais do que isso, o que nós estamos falando para o ABC é que nós teremos um BRT com toda a qualidade, com o mesmo tempo de viagem e feito em dois anos, diferente do monotrilho que nós estávamos há seis anos com um contrato sem execução e um sonho que ainda não se realizaria”, completou Rodrigo Garcia.
Segundo Garcia, o governador João Doria, com “muita praticidade”, trocou “um sonho pela realidade”, com muito conforto e que “vai atender à população do ABC”. O modelo jurídico de contratação, segundo ele, será definido ainda em julho, e será anunciado no Consórcio dos prefeitos do ABC no começo de agosto, conforme prometido pelo governador Doria.
Também esteve presente ao evento o prefeito de São Paulo Bruno Covas, que afirmou que toda vez que há uma mudança na rede metropolitana são realizados diálogos com a prefeitura da capital paulista para que haja uma reorganização das linhas de ônibus municipais.
Em resposta ao Diário do Transporte, que perguntou sobre como o sistema de ônibus da capital pode se adequar às modernizações da CPTM, inclusive com a possibilidade de um número maior de passageiros vir do ABC para São Paulo, o prefeito Bruno Covas afirmou que “cada alteração que o governo do estado faz, seja no metrô, seja no trem, é acompanhada de um estudo da SPTrans e solicitação da alteração da demanda de passageiros, e com isso nós vamos aumentando ou diminuindo a quantidade de ônibus e de linhas para poder alimentar as estações de trem e metrô”.
Bruno Covas disse ainda que está em estudo já uma integração com o BRT do ABC. “A prefeitura de São Paulo tem total integração e diálogo com a Secretaria de Transportes Metropolitanos, o scretário Alexandre Baldy já esteve várias vezes na prefeitura de SP, dialogando com a gente, mostrando o Plano de Expansão, e já estamos trabalhando pra poder adaptar a rede municipal para que não haja nenhuma concorrência, muito pelo contrário, para que se trabalhe em sintonia com a rede metropolitana”.
HISTÓRICO
A Linha 18-Bronze foi projetada inicialmente para ser um sistema de monotrilho, que deveria estar pronto entre o final de 2015 e o início de 2016. O projeto chegou ao quinto aditivo e ainda não há definição sobre o início das obras e a assinatura do sexto.
O maior obstáculo é o financiamento das desapropriações para a implantação dos elevados para os trens com pneus e as estações. Nas contas do Governo do Estado de São Paulo, estas desapropriações devem custar aos cofres públicos em torno de R$ 600 milhões.
Em 2014, o monotrilho da linha 18-Bronze tinha uma previsão de consumir R$ 4,69 bilhões (R$ 4.699.274.000,00) para ficar pronto. O valor, de acordo com a atualização do orçamento pelo Governo do Estado, pulou para R$ 5,74 bilhões (R$ 5.741.542.942,61), elevação de 22,18%.
Os dados são da Secretaria Estadual dos Transportes Metropolitanos e foram obtidos pela reportagem do Diário do Transporte por meio de Lei de Acesso à Informação no início do ano.
Isso significa que cada quilômetro do monotrilho do ABC custaria, se saísse hoje do papel, R$ 365,7 milhões (R$ 365.703.372,14) – sem as correções entre janeiro e junho.
A demanda projetada pelo Governo do Estado para o monotrilho com toda a extensão concluída é de em torno de 340 mil passageiros por dia.
No dia 8 de abril, durante inauguração da estação Campo Belo da Linha 5 Lilás do Metrô, o governador João Doria e secretário de transportes metropolitanos, Alexandre Baldy, disseram que o modelo proposto para a linha 18 seria mudado. Doria também afirmou na ocasião que o modelo pensado para a linha “foi um erro”
“Importante registrar que nós vamos modificar esse formato. Houve um erro, a nosso ver, do governo que nos antecedeu, mas ao invés de ficar aqui apenas culpando o passado, vamos tratar de encontrar soluções para o presente e o futuro. Nós teremos um outro formato que não vai exigir 600 milhões de reais de pagamento de indenizações por desapropriações, até porque isso é inviável, nós não temos recursos no orçamento para essa finalidade. Então esse planejamento que o secretário Baldy tem conduzido será apresentado em breve, para que a nova solução a ser apresentada ela seja conclusiva, e não uma opção inviável e que gere apenas expectativas e não fatos reais e concretos”, concluiu Doria na oportunidade, sem, no entanto, falar em troca de modal.
No dia 25 de fevereiro, o presidente do Consórcio VemABC – Vidas em Movimento, Maciel Paiva, que ganhou a licitação para o monotrilho, disse que já foram gastos R$ 5 milhões pelas empresas, antes mesmo do início da vigência do contrato da PPP – Parceria Público Privada de construção e operação do modal, para adiantar ações como levantamento das áreas a serem desapropriadas e os procedimentos necessários para posteriormente obter a licença ambiental.
O Consórcio não descarta ir à Justiça contra o Governo do Estado se houver mudança de modal.
O cronograma de licitação do monotrilho foi o seguinte, de acordo com o Governo do Estado e apresentação do VemABC:
Abertura dos envelopes: 03 de julho de 2014.
– Assinatura do Contrato com o VemABC: 22 de agosto de 2014
– 1º Aditivo Contratual (prorrogação da etapa preliminar): 22 de agosto de 2015; válido até 22 de fevereiro de 2016
– 2º Aditivo Contratual (prorrogação da etapa preliminar): 29 de agosto de 2016; válido até 22 de novembro de 2016
– 3º Aditivo Contratual (prorrogação da etapa preliminar): 24 de novembro de 2016; válido até 22 de maio de 2017
– 4º Aditivo Contratual (prorrogação da etapa preliminar): 18 de julho 2017; válido até 22 de novembro de 2017
– 5º Aditivo Contratual (prorrogação da etapa preliminar): novembro de 2017; válido até 22 de novembro de 2018
O Consórcio VemABC tem a seguinte estrutura acionária: 55% Primav Construções e Comércio S/A (sendo que o grupo italiano Gavio tem 69% e o Grupo CR Almeida responde por 31%), 22% da Construtora Cowan S.A., 22% do Grupo Encalso Damha e 1% do Grupo Roggio, argentino.
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