O prefeito Marcelo Crivella prometeu ajuda ao governo do estado para concluir as obras do Metrô da Linha 4. Mas o auxílio oferecido na quarta-feira em vídeo já está previsto em uma lei que há 10 anos está em vigor. Com base na Lei Complementar 98, de 2009, proposta ao legislativo pelo ex-prefeito Eduardo Paes, o governo do estado vendeu pelo menos 10 terrenos em áreas como o Centro e a Zona Sul e os recursos foram empregados no projeto da Linha 4 .
Na época, a prefeitura do Rio alterou os parâmetros urbanísticos de terrenos remanescentes das obras do Metrô para colaborar na construção da Linha 4 .
– Nós estamos assistindo o esforço do Governo do Estado para fazer o ramal do metrô até a Gávea. A prefeitura ofereceu aumentar o potencial construtivo dos terrenos do metrô para ajudar nessa construção, nesse esforço do Governo do Estado para fazer o metrô até a Gávea – disse Crivella, no vídeo de quarta-feira.
Com base nessa declaração de Crivella , o GLOBO procurou a prefeitura questionando que mudanças adicionais seriam feitas na legislação, já que existia uma lei desde 2009 e se a secretaria municipal de Urbanismo já estava ou não detalhando as alterações. A prefeitura admitiu que não estuda qualquer mudança nos padrões atuais:
”A Lei 98/2009 já prevê para as áreas remanescentes da linha 1 do metrô condições de aproveitamento diferenciadas. Os terrenos remanescentes são de responsabilidade do Governo do estado”, disse a nota.
O primeiro leilão ocorreu em 2010 menos de um ano de a lei entrar em vigor. Na época, o estado vendeu seis terrenos por R$ 37,9 milhões. Os imóveis ficavam em Botafogo, Largo do Machado, Catete e Flamengo, na Zona Sul da cidade. O dinheiro, no entanto, seria usado não apenas nas obras, mas também para pagar dívidas trabalhistas da Rio Trilhos.
A secretaria estadual de Transportes não informou quantos terrenos remanescentes do Metrô existem ainda para serem vendidos nem qual o valor de mercado estimado ou se há prazo para novos leilões . Uma das razões para parte desse patrimônio não ter sido vendido é o fato de ainda estarem em fase de regularização da documentação.
Na quarta-feira, o deputado Carlo Caiado (DEM), que em 2019 era vereador e votou a favor do projeto, decidiu encaminhar um requerimento de informações ao estado para ter uma planilha atualizada sobre os imóveis que ainda não foram negociados bem como o valor estimado de venda.
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