O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, afirmou, na manhã desta sexta-feira (6), que a obra da estação da Gávea da Linha 4 do metrô é o “buraco da vergonha”, e disse que aguarda uma decisão da Justiça Federal para saber se os recursos recuperados pela Lava Jato poderiam ser encaminhados para os cofres públicos e usados em obras na estação Gávea do Metrô.
“Eu estou pedindo que o Ministério Público Federal se entenda e diga para onde vai o dinheiro. Enquanto o Ministério Público Federal não colocar um colchonete dentro da vara e só sair de lá quando estiver resolvido o problema, fica só na minha responsabilidade”, alegou Witzel, explicando que pediu dinheiro recuperado na operação.
Ele anunciou uma reunião com o presidente da associação de moradores da Gávea e disse que está de “mãos amarradas”, pois foi proibido pela Justiça de colocar dinheiro nas obras.
“Eu não posso deixar que aquele buraco da vergonha venha, amanhã ou depois, destruir um prédio que esteja ao lado. Vão dizer que a culpa é minha, que eu não agi”, afirmou o governador.
Witzel disse ainda que está tentando resolver a questão desde que assumiu o cargo.
“Estou desde janeiro tentando resolver. Eu fiz reunião com o Ministério Público, tentei fazer conciliação, tentei pedir dinheiro para a empresa. Aí chega o Tribunal de Contas do Estado e diz que o Estado não pode mais botar dinheiro, a Justiça diz que o Estado não pode botar mais dinheiro e o Ministério Público diz que aparentemente não vê risco. Então, se não há risco, que fique claro que eu estou de mãos amarradas e se alguém cair naquele buraco a responsabilidade não é minha, é de quem está causando esse imbróglio”, ressaltou Witzel.
Em nota, o Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro afirmou que a decisão cautelar que determinava a retenção de créditos a favor da concessionária foi revogada no dia 9 de janeiro do ano passado e que, desde então, não há outra decisão da Corte de Contas que impeça o aporte de recursos nas obras da Linha 4 do metrô.
Também em nota, o Ministério Público Federal afirmou que a força-tarefa da Lava Jato no RJ declarou que os valores de multas de acordos de colaboração ou leniência depositados em juízo serão devolvidos aos cofres públicos municipais, estadual ou federal.
O MPF afirmou ainda que o Estado do Rio de Janeiro apresentou apenas em 26 de agosto de 2019 o pedido de transferência de valores na 7ª Vara Federal Criminal, indicando a relação das das ações penais em que entende ser o estado o principal lesado.
O órgão destacou que começou a fazer o levantamento dos dados sobre as ações no dia seguinte e que a devolução de valores deverá ser ajustada com a União e Município do Rio de Janeiro e também deferida pela Justiça. O MPF disse também que as declarações de Wilson Witzel não contribuem para resolver o problema da estação do metrô.
Nesta quinta (5), o governador anunciou a decisão de “tapar o buraco” da obra e devido a falta de recurso para concluir a estação. Segundo a Secretaria de Estado de Transportes, a operação de aterramento deve custar de R$ 20 milhões a R$ 40 milhões aos cofres públicos e reafirmou que o valor para concluir a obra poderia chegar a R$ 1 bilhão.
Nesta manhã, o governador ressaltou que não pode esperar um acidente na região para tomar alguma atitude.
“Daqui a pouco cai um prédio daqueles, tem um problema mais grave e vai ser o governador que nada fez. Ou o Ministério Publico resolve o problema e arruma o dinheiro ou a União arruma o dinheiro, ou a Justiça diga se eu posso ter condições de ter empréstimos. Mas eu estou de mãos amarradas. Na medida em que eu não posso fazer nada, única coisa que me resta é que eu tenho dinheiro para fazer é fechar o buraco. Aí eu tenho a tranquilidade de que ninguém vai cair mais lá dentro”, ressaltou.
Laranjeiras Presente
O governador inaugurou o programa Laranjeiras Presente, que passará a funcionar de 8h às 20h nas principais ruas do bairro, incluindo o Largo do Machado.
O patrulhamento será feito por 69 agentes fixos, entre PMs e agentes civis vindos das Forças Armadas. Duas assistentes sociais atenderão na base da operação.
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