Horizonte
Empresários e presidentes de grandes companhias receberam a notícia de que o PIB cresceu 1,1% com sentimentos divididos entre frustração, preocupação, resignação e mensagens de otimismo para o futuro. No geral, as reações do empresariado à divulgação dos dados de 2019 pelo IBGE, nesta quarta (4), ficaram em linha com o que disse o ministro Paulo Guedes, que a economia está acelerando lentamente à espera de reformas, e lembrando que o desempenho era esperado.
Previsível
O crescimento apurado está em linha com as expectativas, diz Antonio Carlos Pipponzi, presidente do conselho da Raia Drogasil.
Rota
Embora previsto, está aquém do necessário, afirma Sergio Leite, da Usiminas, citando as reformas trabalhista e previdenciária e o início da discussão da tributária como avanços que podem
elevar o PIB neste ano.
Argamassa
A construção civil, geradora de vagas e impulsionadora da siderurgia, voltou a crescer, assim como a automotiva. Seguimos otimistas, diz Leite.
Asas
O PIB estacionado neste patamar é frustrante, segundo Jerome Cadier, presidente da Latam Airlines. Temos que colocar o Brasil em uma rota de crescimento mais relevante, afirma ele.
Proteína
Flávio Rocha (Riachuelo) faz analogia com a musculação. A boa notícia é que o PIB mostra aumento da massa muscular: o grande responsável foi o setor privado. O que não contribuiu foi o setor público, que é a massa gorda. Precisamos ganhar musculatura e não gordura, diz.
Passo
Continuo com pés no chão, confiante na continuidade do crescimento baseado em redução do déficit fiscal, concessões, queda do desemprego, juro baixo e reforma. Não teremos a recuperação que o Brasil merece, mas estamos no caminho, diz João Carlos Brega, da Whirlpool.
Não basta
Um grande empresário apreciador do trabalho de Paulo Guedes considerou o resultado tão baixo que preferiu não expor publicamente sua percepção. Mas o diagnóstico é o de que apenas a queda da Selic não vai resolver. Ele repete o mantra da necessidade das reformas.
Além disso
Já o presidente da Seguros Unimed, Helton Freitas, avalia que a conclusão das reformas não será suficiente. O mercado espera mais clareza política, que seja capaz de estabelecer um ambiente de negócios confiável e juridicamente seguro para destravar o investimento privado, diz.
*Jornalista, Joana Cunha é formada em administração de empresas pela FGV-SP. Foi repórter de Mercado e correspondente da Folha em Nova York.
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