Com o objetivo de conter a tensão entre a equipe econômica e ministros entusiastas da flexibilização do teto de gastos, o governo avalia avançar no projeto de lei de um crédito extraordinário de R$ 5 bilhões para viabilizar investimentos em obras. O valor é bem abaixo dos cerca de R$ 30 bilhões pretendidos pelos ministros do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, e da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas.
Segundo fontes, ministros gostariam de mais recursos, mas não teriam como utilizar todo o montante neste ano. Para que parte dos recursos não se tornasse restos a pagar, a solução encontrada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, em estudo é o envio de um crédito extraordinário de R$ 5 bilhões, que é o valor que Marinho e Freitas avaliam que seria possível executar ainda em 2020. Novos valores seriam negociados apenas no ano que vem dependendo da margem que se tenha no teto de gastos.
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Qual é a tese? Entre o Marinho e Tarcísio, os dois precisam de R$ 25 bilhões, R$ 30 bilhões. O problema não é esse valor. O problema é o que ficaria de restos a pagar. O problema não é quanto vai gastar. O problema é que precisam de R$ 30 bilhões, mas só iriam performar R$ 5 bilhões os dois juntos. O resto ficaria para 2021 como restos a pagar, o que, pela perspectiva para o ano que vem que é muito dura se não votarmos as outras mudanças, faria com que a gente ficasse sem teto. Se você fica sem teto, tem que furar o teto, disse um parlamentar que acompanha as negociações.
Outra fonte que tem participado de reuniões com a equipe econômica confirmou que Guedes está amadurecendo a ideia de enviar o crédito extraordinário de R$ 5 bilhões dentro do orçamento primário, com o objetivo de diminuir a ofensiva de Marinho e de Freitas pela flexibilização do teto de gastos.
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