O secretário de Transportes Metropolitanos de São Paulo, Alexandre Baldy, preso em operação da Polícia Federal nesta quinta-feira, tinha sob sua responsabilidade um programa ambicioso de obras de mobilidade urbana, principalmente na capital paulista.
A carteira de projetos somava cerca de R$ 30 bilhões, segundo estimativa do próprio secretário, que falou sobre os planos ao Valor no início deste ano.
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Uma das principais obras é a da Linha 6-Laranja do Metrô, que estava paralisada há anos devido à crise do consórcio Move São Paulo (formado por Odebrecht, UTC e Queiroz Galvão). A solução foi a venda do contrato para a empresa espanhola Acciona. O contrato foi assinado em julho, abrindo caminho para a retomada das obras, que deverão receber R$ 11 bilhões de investimentos.
Outro projeto destravado foi a extensão da Linha 2-Verde do Metrô, que estava sob responsabilidade da empreiteira Mendes Júnior e, em dezembro, passou aos chineses da PowerChina. A previsão é que a obra também demande R$ 6 bilhões de investimento.
A secretaria também vinha tentando destravar as obras do monotrilho da Linha 17-Ouro, que ligariam o Morumbi ao aeroporto de Congonhas. A licitação para a construtora foi concluída, com a escolha da Constran.
Porém, a compra dos trens utilizados no sistema é alvo de uma disputa judicial. A licitação, conduzida pelo Metrô, havia selecionado a chinesa BYD. No entanto, o consórcio concorrente, liderado pelos sócios da Viação Itapemirim, conseguiram uma liminar para travar o projeto.
O grupo havia oferecido o menor preço na concorrência, mas acabou desclassificado por não atender a requisitos mínimos de patrimônio líquido exigidos pelo edital. A queixa do consórcio foi negada na primeira instância, mas, em junho, o Tribunal de Justiça de São Paulo concedeu uma liminar paralisando o contrato, que é de R$ 1 bilhão.
Outra licitação do Metrô que está paralisada pela Justiça é a concessão da Linha 15-Prata, realizada em março de 2019 e vencida por um consórcio formado por CCR (80%) e grupo Ruas (20%). Após uma ação popular movida por metroviários, a concorrência foi declarada nula por um juiz de primeira instância, em novembro do ano passado.
Além da retomada de projetos paralisados, Baldy vinha conduzindo processos de licitação para novos contratos.
A mais avançada delas era a das Linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda da CPTM, cujo edital estava próximo do lançamento. Há ainda os projetos do Trem Intercidades (TIC) e da Linha 7-Rubi, que ainda estavam em modelagem.
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