Desenvolvimento econômico, novos negócios, novas indústrias, geração de emprego, redução nos custos de transporte e das mercadorias são alguns dos benefícios que serão gerados com a chegada da ferrovia até Cuiabá, argumentam empresários que integram a Associação das Empresas do Distrito Industrial de Cuiabá (Aedic).
Vários projetos de ferrovias estão previstos para Mato Grosso nos próximos anos.
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Os trilhos que chegarão até Cuiabá são a continuidade da Ferronorte, a partir de Rondonópolis (212 km ao Sul da Capital).
A Rumo Logística, que recentemente teve seu contrato de concessão renovado, já anunciou que a ferrovia passará por Cuiabá, mas ainda não mostrou o traçado e não apontou onde será instalado o terminal de cargas e descargas.
O assunto foi tema de uma reunião, na sede da Associação, na qual participaram empresários do distrito, membros do Fórum Pró-Ferrovia e representantes da Brado Logística, empresa especializada no transporte de cargas por ferrovias e que atua no terminal ferroviário de Rondonópolis.
A reunião teve o objetivo de unir esforços para fomentar a chegada da ferrovia à cidade, especificamente à Capital, onde estão instaladas 260 indústrias dos mais variados setores, que geram milhares de empregos e milhões em impostos.
O Distrito Industrial é o destino natural da ferrovia. Temos aqui a termoelétrica, o gasoduto, a aduaneira (Porto Seco), universidades na região que podem atuar formando os profissionais que atenderão a demanda dos negócios que surgirão. O distrito foi planejado para receber investimentos de grande porte. A ideia é que a ferrovia esteja mais próxima das empresas que já estão instaladas na região, afirmou o presidente do Fórum Pró-Ferrovia, Francisco Vuolo.
Ele acrescentou que indústrias do setor de transformação, têxtil e biocombustível já manifestaram interesse em se instalar em Cuiabá depois que a extensão da Ferronorte estiver concluída.
Em média, o modal ferroviário reduz em 20% os custos do transporte de cargas, tornando o produto transportado muito mais competitivo.
COMPROMISSO – A expansão dos trilhos é um compromisso feito pela empresa após a aprovação, pelo Tribunal de Contas da União, da prorrogação antecipada da concessão da Malha Ferroviária Paulista com ramificações até Mato Grosso.
A viabilidade econômica do empreendimento já foi aprovada e aguarda aprovação do Ibama (projeto ambiental) e Agência Nacional de Infraestrutura de Transportes (ANTT) do projeto técnico.
A malha norte da Rumo prevê a expansão dos trilhos de Rondonópolis para Campo Verde, Cuiabá, Nova Mutum e Lucas do Rio Verde, levando e trazendo produtos para o porto de Santos (SP).
O investimento para a expansão estão previstos em R$ 6 bilhões, sendo que R$ 2 bilhões são para o terminal de Cuiabá.
A Rumo já se comprometeu com um terminal na nossa capital. Nosso trabalho agora é atuar com a concessionária para que este terminal chegue o mais próximo possível do distrito industrial, completa Francisco Vuolo.
O diretor comercial da Brado Logística, Douglas Goetten, acredita que o terminal ferroviário de Cuiabá poderá ultrapassar o de Rondonópolis em operações e toneladas de cargas transportadas, devido a capacidade de instalação de indústrias, negócios e empreendimentos periféricos envolvidos. É importante destacar que o terminal de Cuiabá não será concorrente com o de Rondonópolis, mas sim um complemento.
Aproximadamente 80% dos produtos considerados carga livre, transportados pela ferrovia até Rondonópolis, tem como destino final a capital. A vinda do terminal promoverá uma verdadeira revolução da indústria e agroindústria de Mato Grosso, disse Douglas.
O terminal em Cuiabá promoverá uma mudança na economia do estado. Muitas empresas não se instalam ou não evoluem aqui devido a dificuldade logística.Com o terminal, nós seremos muito mais competitivos e teremos condições de transformar e industrializar produtos que exportamos in natura, agregando muito mas valor, explicou o presidente em exercício da Aedic, Domingos Kennedy Garcia Sales. Ele lembra que Cuiabá é o maior polo consumidor de Mato Grosso, não sendo admissível ficar de fora dos vários projetos ferroviários que estão previstos para o estado nos próximos anos.
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