Criar na Câmara Municipal de Belo Horizonte um espaço de debate permanente sobre o transporte ferroviário de passageiros e a malha ferroviária na Capital e na região metropolitana. Esta foi a principal proposta retirada de audiência pública promovida pela Comissão de Meio Ambiente e Política Urbana, ocorrida nesta semana.
A audiência contou, além de parlamentares, com a presença de representantes da VLI, da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) e da Universidade Federal de Minas Gerai (UFMG).
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O objetivo é criar uma comissão de estudos, articulada com a Assembleia Legislativa de Minas Gerais, que trate dos desafios centrais do transporte ferroviário de passageiros e de toda a estrutura e dos efeitos para a população do sistema ferroviário da região metropolitana.
Há dois anos, a ALMG criou a Comissão Pró-Ferrovias, que vem debatendo com empresas, órgãos públicos e sociedade civil assuntos relacionados ao Sistema Ferroviário do Estado.
Segundo representante da VLI, Maurício Cunha, um plano estratégico está sendo feito pela Assembleia em parceria com a Fundação João Pinheiro (FJP). A gente vem discutindo várias pautas como trem de passageiros e trem turístico, principalmente por causa da importância e perspectivas de crescimento do volume de cargas e de passageiros. O trabalho na Assembleia já está bastante avançado, com a Fundação João Pinheiro ajudando a pensar um projeto. Acho importante a Câmara acompanhar esse desenvolvimento, explicou Cunha. Ainda segundo ele, a VLI, que é responsável por boa parte da rede de trilhos existente em Belo Horizonte, tem um diálogo sistemático com as comunidades que pode ser ampliado a partir do Legislativo municipal.
Metrô
Assunto que está sempre em pauta na Capital, a ampliação do metrô também foi debatida na audiência. Conforme o representante da CBTU, Eduardo Coimbra, a empresa tem a expectativa de ampliação do sistema com a construção da linha Calafate/Barreiro.
Como empresa estamos fazendo todos os esforços possíveis para que essa obra seja concluída, salientou Coimbra, explicando ainda que a situação do leito ferroviário impacta diretamente o município e que a CBTU está sempre à disposição para debater o assunto. Para ele, mesmo achando de difícil execução, o ideal seria ter um ferroanel que circulasse a região metropolitana.
Antônio Faria é professor da UFMG e coordenador do Minastrilhos (Rede de Pesquisas Técnicas, Científicas e Culturais do Transporte Público sobre Trilhos em Minas Gerais) e não acredita no ferroanel como solução para a questão do transporte por trilhos.
Ferroanel não resolve. Temos ferroanel em algumas cidades de Minas Gerais e não houve liberação de linhas para trens de passageiros, explicou o professor, afirmando ainda que a Região Metropolitana de Belo Horizonte é a única que sofreu um retrocesso em relação à ampliação de transporte ferroviário de passageiros, o que teria sido aprofundado em dois momentos da história. O primeiro entre os anos de 1964 e 1984, quando o Brasil passou de 39 mil km de ferrovias para 29 mil km; e a segunda onda, ocorrida nos anos 1990, quando houve a privatização de trechos ferroviários em várias regiões do País.
Fiscalização
Questionados sobre a fiscalização de terrenos e áreas sob a responsabilidade da VLI e da CBTU, ambos os representantes disseram que os locais são periodicamente fiscalizados e que contam com a colaboração das comunidades quanto à comunicação de denúncias relativas a invasões e deposição irregular de lixo e entulho.
Somos fiscalizados pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e também somos sempre informados sobre o uso indevido de áreas sob nossa responsabilidade. Agimos sempre que recebemos reclamações da comunidade que nos alerta pelo nosso canal Alô VLI, explicou Maurício Cunha. Segundo os representantes, as denúncias e reclamações devem ser encaminhadas pelo 0800-0221211 (Alô VLI) ou 3250-3901 (CBTU). (Com informações da CMBH)
Fonte: https://diariodocomercio.com.br/politica/cmbh-pode-ter-comissao-de-transporte-ferroviario/
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