O Globo – A fabricante de celulose e papel Suzano anunciou nesta quinta-feira que vai investir R$ 14,7 bilhões na construção de uma nova fábrica em Ribas do Rio Pardo (MS), cidade localizada a 100 km de Campo Grande. A unidade, que deve entrar em operação no início de 2024, terá capacidade para produzir 2,3 milhões de toneladas de celulose de eucalipto ao ano.
O plano da fábrica, chamado pela companhia de “Projeto Cerrado” (em referência à sua localização geográfica), visa a ampliar em cerca de 20% a capacidade de produção atual da Suzano, que já é líder do setor no mundo. Hoje, a empresa pode produzir até 10,9 milhões de toneladas anuais e conta com 11 fábricas.
Segundo a empresa, a unidade será a maior de celulose em linha única do mundo, e a construção será financiada prioritariamente com a geração de caixa da Suzano, complementada com eventuais financiamentos.
— A planta terá um custo muito baixo, com uma distância média da parte florestal para a industrial de 60 km, muito menor que os atuais 236 km que temos em geral no conjunto das nossas plantas — diz o presidente da Suzano, Walter Schalka.
Criação de empregos
O empreendimento deverá gerar aproximadamente 10 mil empregos durante a sua construção e, quando estiver em operação, demandará 3 mil funcionários nas áreas industrial, logística e florestal.
Além disso, o projeto deverá gerar um excedente de energia de 180 MW que será exportada ao sistema elétrico nacional.
— Utilizamos 100% de madeira plantada, isso entra na fábrica de forma descascada e separamos em um processo industrial o que é fibra, que vai virar celulose, e lignina, que é queimada e gera energia. Parte da energia é usada na planta e parte é vendida — explica o executivo.
A Suzano terminou o primeiro trimestre com uma geração de caixa operacional de R$ 3,9 bilhões, a maior já registrada pela empresa, impulsionada pela alta nos preços internacionais da celulose. Com isso, a companhia reduziu sua dívida líquida de US$ 12,3 bilhões para US$ 11,6 bilhões no período.
— O preço internacional da celulose hoje é de US$ 780 dólares, e capturamos US$ 532 no primeiro trimestre. Ainda temos espaço no segundo e no terceiro trimestres (para aproveitar a alta da commodity) — diz Schalka.
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