Fetranspor: falta de ajuda do poder público agrava a crise no transporte do Rio

Na cidade do Rio, o sistema de ônibus contabiliza o fechamento de 16 empresas devido à crise | Alexandre Cassiano/ foto de arquivo
Na cidade do Rio, o sistema de ônibus contabiliza o fechamento de 16 empresas devido à crise | Alexandre Cassiano/ foto de arquivo

O Globo (Blog) – Após crise na Supervia, que entrou com pedido de recuperação judicial ontem, o setor de transporte de ônibus emitirá um alerta, hoje ainda, sobre o risco de paralização de empresas. Em 2020, a perda de receita do setor foi de R$ 1,4 bilhão. O prejuízo financeiro foi de R$ 753 milhões, o que, segundo as empresasde ônibus, levou a um completo desequilíbrio econômico-financeiro dos operadores, que estão pressionados coma redução de até 50% no número de passageiros pagantes.

Em um ano, deiaram de usar o sistema de ônibus, 750 milhões de passageiros. Neste período, o desemprego do setor já impactou mais de 18 mil famílias. Na cidade do Rio, por exemplo, o sistema de ônibus contabiliza o fechamento de 16 empresas devido à crise.

Veja a nota oficial:

“A Fetransporte reafirma a sua preocupação com o atendimento à população diante da maior crise que atinge o transporte público no Estado do Rio de Janeiro. A decisão da SuperVia de recorrer ao processo de recuperação judicial expõe e confirma o esgotamento financeiro e a incapacidade operacional de concessionárias e permissionárias de manter o serviço em condições que atendam às expectativas e aos desejos de seus clientes. A medida excepcional demonstra também que, para preservar a prestação de um serviço essencial sem o apoio do poder público, foi necessário solicitar proteção judicial.

Após 14 meses do início da pandemia de Covid-19, as empresas de transporte público estão cada vez mais pressionadas pela redução drástica no número de passageiros pagantes e o aumento dos custos de operação. Neste cenário adverso e incerto, é imprescindível a adoção de medidas urgentes e efetivas pelo poder concedente, que possam permitir a continuidade do serviço e garantir o direito social ao transporte, principalmente aos mais vulneráveis, como prevê a Constituição. A crise se torna ainda mais grave no Estado do Rio pela falta de apoio da administração pública em comparação às ações desenvolvidas para ajudar o transporte público em outros municípios e estados do Brasil.

No caso específico do setor de ônibus, responsável por 74% dos deslocamentos realizados no transporte público, é fundamental que o poder concedente viabilize urgentemente o reequilíbrio econômico-financeiro das empresas, que, além dos efeitos causados pela pandemia de Covid-19, são impactadas também pelo congelamento da tarifa nos últimos dois anos. As medidas de socorro ao transporte público devem ser tomadas imediatamente sob o risco de fechamento de empresas e a suspensão de linhas, como tem sido solicitado, de forma insistente, ao poder público, a fim de evitar uma situação bem mais crítica do que um processo de recuperação judicial.

Fonte: https://blogs.oglobo.globo.com/ancelmo/post/fetranspor-falta-de-ajuda-do-poder-publico-agrava-crise-no-transporte-do-rio.html

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