Legado olímpico: parada desde 2015, obra do metrô Gávea segue indefinida

G1 – Um dos principais legados dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro seria a construção da linha 4 do metrô, para ligar a Zona Sul à Zona Oeste. A obra custou mais de R$ 9 bilhões, mas o governo decidiu abandonar parte do projeto. Em 2015, a construção da estação da Gávea foi paralisada e segue sem previsão de conclusão.

O governo informou que vai abrir uma licitação para que seja feito um estudo sobre as condições da estação de metrô da Gávea. Em outubro de 2020, o poder executivo estadual já tinha anunciado que abriria uma licitação para obras de reforço da estrutura.

“É um descaso muito grande comigo que sou trabalhadora, com os outros trabalhadores que precisam e dependem do transporte público. Eu levo duas horas para chegar, duas para voltar para casa e poderia ser reduzida. É muito triste”, disse Ana Paula Sampaio.
Na época das obras, dois grandes buracos foram escavados, cada um com cerca de 50 metros de profundidade.

Para garantir a segurança, as paredes dos buracos ganharam uma camada de proteção, chamada pelos técnicos de concreto primário. Além disso, tirantes foram fixados para fortalecer a estrutura.

Em janeiro de 2018, segundo a concessionária, como não havia previsão para a retomada da obra, os engenheiros decidiram encher os buracos com água para dar mais segurança. A água ajudaria a pressionar as paredes, evitando desmoronamentos.

Risco de afundamento
Em abril desse ano, o RJ1 mostrou que um estudo da PUC-Rio apontava que a estação do Metrô da Gávea tinha risco de afundamento.

Segundo um dos professores de engenharia que participaram dos trabalhos existe um ‘potencial de dano muito alto’.

A construção da linha 4 do metrô no Rio foi anunciada como uma grande obra de mobilidade urbana para a cidade e seria essencial durante os jogos olímpicos. A ideia do governo do estado era entregar aos cariocas um novo trecho do transporte, com mais de 20 quilómetros de extensão, ligando os bairros de Ipanema e Barra da Tijuca.

Linha 4 superfaturada
Em 2013, no governo Sérgio Cabral, as obras começaram. Ao custo de R$ 9,5 bilhões, cinco estações foram construídas.

A previsão era transportar 420 mil passageiros por dia na linha 4. O problema é que esse número nunca foi alcançado. Atualmente, com a pandemia, são 90 mil passageiros por dia.

A máquina conhecida como tatuzão, que virou o símbolo dessa obra, está parada desde abril de 2016.

Uma auditoria do Tribunal de Contas do Estado (TCE) concluiu, em 2016, que houve superfaturamento de R$ 3,759 bilhões em números corrigidos. Esse valor ainda está sujeito a revisão, segundo o órgão.

o ex-governador Sérgio Cabral, preso e já condenado a 393 anos de prisão, chegou a admitir em depoimento ao Ministério Público federal que recebeu propina na época das obras do metrô.

O que diz o Governo do Estado
Em nota, o Governo do Estado do Rio de Janeiro disse que vai realizar uma licitação para que seja feito um estudo sobre as condições da estação de metrô da Gávea.

Depois desse projeto básico, o estado pretende fazer uma nova licitação para a contratação do plano executivo e das obras.

Fonte: https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2021/07/22/legado-olimpico-parada-desde-2015-obra-do-metro-gavea-segue-indefinida.ghtml

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