Rumo e Santos Brasil avaliam unir operações de contêineres

Companhias podem ganhar sinergias com união de seus ativos nesse segmento — Foto: Divulgação/Santos Brasil
Companhias podem ganhar sinergias com união de seus ativos nesse segmento — Foto: Divulgação/Santos Brasil

Valor Econômico – A Rumo, braço de logística ferroviária e portuária do grupo Cosan, avalia unir suas operações portuárias com a empresa Santos Brasil, apurou o Valor. As conversas entre as duas companhias começaram há cerca de quatro meses, afirmou uma fonte. A notícia foi antecipada pelo Valor PRO, serviço em tempo real do Valor.

De acordo com essa fonte, as negociações seriam para fazer uma joint venture das operações portuárias, que envolvem terminais de movimentação contêineres, e poderiam incluir os ativos nacionais de ambas as companhias, em uma transação avaliada pelo mercado em cerca de R$ 5 bilhões.

Uma outra pessoa familiarizada com o tema disse que as conversas entre as duas empresas de logística podem ficar restritas somente às operações de São Paulo e que as discussões para uma possível parceira entre elas ainda são preliminares.

As tratativas entre as empresas, contudo, têm esbarrado no desenho societário da companhia resultante desse acordo, caso as conversas sejam levadas adiante.

Maior operadora ferroviária privada do país, a Rumo é a empresa resultante da fusão entre Rumo Logística e ALL (América Latina Logística), concluída em 2016. A companhia controla dois terminais em Santos (SP) e tem participação em quatro terminais portuários, três deles localizados no porto santista e outro localizado no porto de Paranaguá (PR). A Brado é a subsidiária do grupo responsável pela divisão de contêineres da companhia.

Ontem, o valor de mercado da companhia de logística da Cosan encerrou em R$ 36,6 bilhões, de acordo com o Valor Data. O valor de mercado da Santos Brasil fechou em R$ 8 bilhões.

As ações das duas empresas encerraram o dia em alta por conta do possível acordo de fusão de suas operações – os papéis da Rumo subiram 3,13%, negociadas a R$ 19,75, enquanto os da Santos Brasil ficaram em R$ 9,27, aumento de 2,6%.

Em setembro do ano passado, a Santos Brasil foi ao mercado e levantou R$ 790 milhões com uma oferta subsequente de ações (“follow on”). Os recursos captados foram destinados para a expansão do grupo. A companhia tem mantido conversas com empresas do setor logístico para ampliar seus negócios, segundo fontes. Neste ano, a companhia arrematou três terminais no porto de Itaqui (MA).

O grupo Santos Brasil opera cinco terminais marítimos. Desses, três são de contêineres – Tecon Santos, no Porto de Santos, Tecon Vila do Conde, no Porto de Barcarena (PA) e Tecon Imbituba, no Porto de Imbituba (SC).
A companhia também tem um terminal de carga geral, TCG Imbituba, e um terminal exclusivo para movimentação de veículos, TEV, no Porto de Santos.

Há quase um ano, a Rumo também fez uma captação bilionária no mercado de capitais – a companhia de logística do grupo controlado pelo empresário Rubens Ometto Silveira Mello levantou em agosto do ano passado R$ 6,4 bilhões em sua oferta subsequente de ações para acelerar o investimento em novos projetos e para pré-pagar concessões, como as da Malha Paulista e da ferrovia Norte-Sul.

Procurada pela reportagem, a Santos Brasil afirmou que não comenta rumores de mercado. Já a Rumo informou que, embora sempre estude e mantenha conversas para eventuais parcerias, não tem negociações nesse sentido com a Santos Brasil.

Fonte: https://valor.globo.com/empresas/noticia/2021/07/02/rumo-e-santos-brasil-avaliam-unir-operacoes-de-conteineres.ghtml

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