G1 – A Justiça Federal afastou Marcelo Almeida Pinheiro Chagas do cargo do cargo de diretor de infraestrutura ferroviária do Departamento Nacional de Transportes (DNIT).
Chagas é o principal alvo da operação Daia, deflagrada nesta terça-feira (24) pela Polícia Federal para investigar atuação de lobistas que favoreciam uma empresa operadora de portos secos no âmbito do DNIT.
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A reportagem tenta contato com Chagas.
Segundo informações da investigação, a que a GloboNews teve acesso, o diretor agora afastado recebia no DNIT, lobistas que buscavam favorecer a empresa Aurora da Amazônia Terminais e Serviços Ltda, operadora de portos secos. O G1 entrou em contato com a diretoria da empresa e aguardava um posicionamento até a última atualização dessa reportagem.
A investigação aponta que o grupo que buscava privilégios no órgão atuava por meio do diretor e dava até ordens, “instruindo como ele deveria proceder”.
O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, se manifestou em uma rede social sobre a operação desta terça. Segundo ele, a pasta ajudou na investigação. O DNIT faz parte da estrutura do ministério.
“Bom dia a todos. A PF deflagrou hoje a Operação Daia, que investiga atuação de lobistas no âmbito do DNIT. Essa operação foi feita em parceria com nossa Subsecretaria de Conformidade e Integridade, criada por nós em 2019 e comandada pela delegada da PF, Fernanda Oliveira”, escreveu o ministro.
A operação
Os agentes cumprem 14 mandados de busca e apreensão no Distrito Federal, Goiás, Tocantins e São Paulo.
A investigação apontou que a empresa venceu uma licitação promovida pela Receita Federal para exploração do Porto Seco de Anápolis, em Goiás. Porém, o empreendimento passou a enfrentar problemas na habilitação do terreno.
Com isso, os lobistas pagaram propina aos servidores do DNIT, segundo a PF, que começaram a cuidar dos interesses da empresa. Entre as irregularidades encontradas pelos policiais, estava a avaliação do terreno feita abaixo do valor de mercado. O lote, estimado em R$ 44 milhões, foi custeado por R$ 11 milhões, conforme apontou investigação dos agentes.
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