G1 – A ideia de construir uma ferrovia que atravessasse a Serra do Mar, ligando o planalto ao litoral do Paraná começou a ser discutida em 1870, quando o Império recebeu e aceitou o pedido de concessão.
O projeto previa que o ponto de partida da ferrovia seria Antonina e ela chegaria até Curitiba. Porém, a rivalidade de Antonina com Paranaguá, que existia na época, fez o processo ficar travado durante quatro anos. Paranaguá queria que a ferrovia saísse de lá, até chegar na capital.
POD NOS TRILHOS
- Investimentos, projetos e desafios da CCR na mobilidade urbana
- O projeto de renovação de 560 km de vias da MRS
- Da expansão da Malha Norte às obras na Malha Paulista: os projetos da Rumo no setor ferroviário
- TIC Trens: o sonho começa a virar realidade
- SP nos Trilhos: os projetos ferroviários na carteira do estado
A série de reportagens “Novos Trilho” produzida pela RPC, traz a história e mostra curiosidades das ferrovias paranaenses.
A vitória foi de Paranaguá. Mas, após ter esse impasse resolvido,foi necessário que resolver mais um problema: a falta de dinheiro.
Na época o Brasil estava envolvido na guerra do Paraguai, e a solução para tirar os trilhos do papel veio de fora do país, da Bélgica.
O traçado original da ferrovia, feito pelos engenheiros Rebouças, foi adaptado e negociado por empresas estrangeiras. A construção foi passada para uma companhia belga e a ferrovia ficou pronta em cinco anos, o que superou as expectativas e desafios propostos pela própria serra do mar.
O trem saia de Paranaguá e chegava em Curitiba em nove horas. Até então, sem a ferrovia, o trajeto era feito em cerca de dois dias.
Em 1889 a ferrovia avançou e chegou a Irati. Os trilhos só chegaram em Guarapuava no ano de 1950, em um ritmo bem mais lento de construção. Em Cascavel, a Ferroeste ficou pronta só em 1994.
Novos tempos
Desde a privatização da rede federal de ferrovias em 1997, as ferrovias paranaenses ficaram ultrapassadas. Das 57,3 milhões de toneladas de cargas movimentadas nos portos do Paraná em 2020, apenas 14,9% chegaram por meio dos trens.
Os caminhões são a principal forma de transporte de carga no estado, com 83,7%.
Desde 2019 a Secretária de Projetos Estruturantes, juntamente com a Federação das Indústrias, trabalham o desenvolvimento do plano ferroviário paranaense. A ideia é tirar do papel a nova Ferroeste, que terá 1.305 km de extensão, incluindo um novo traçado na serra do mar.
O custo estimado para a obra é de R$ 29,4 bilhões. A expectativa do governo do Estado é colocar a ferrovia em leilão de concessão no segundo trimestre de 2022.
Quem vencer o leilão, vai executar a obra e terá o direito de explorar o trecho por 70 anos. A previsão é de que comecem as obras em 2025, finalizando no ano de 2029.
Seja o primeiro a comentar