Metrô CPTM – Pouco mais de um ano após o acidente com um dos tatuzões da Linha 6-Laranja do Metrô, dois laudos produzidos por especialistas diferentes mostram conclusões conflitantes sobre as causas do rompimento do interceptor da Sabesp que inundou túneis e poços da obra.
No final de janeiro, um relatório encomendado pela construtora Acciona, responsável pela obra metroviária, apontava como possível causa a fragilidade da estrutura da Sabesp, que estaria operando sobre pressão. O documento, obtido pela TV Globo, diz ainda que o sistema da Sabesp , chamado de ITi-7, “não seria capaz de sustentar até modestos níveis de compressão” por conta da construção fora da especificação. O interceptor é um imenso túnel por onde a empresa de saneamento transporta o esgoto para regiões de tratamento. Ele fica localizado acima de onte o túnel da Linha 6-Laranja foi escavado.
POD NOS TRILHOS
- Investimentos, projetos e desafios da CCR na mobilidade urbana
- O projeto de renovação de 560 km de vias da MRS
- Da expansão da Malha Norte às obras na Malha Paulista: os projetos da Rumo no setor ferroviário
- TIC Trens: o sonho começa a virar realidade
- SP nos Trilhos: os projetos ferroviários na carteira do estado
Na semana passada, a TV Globo obteve novamente outro lado, desta do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas), que é vinculado ao governo do estado e foi chamado para investigar o acidente. As conclusões foram opostas às apresentadas pela Acciona.
Segundo o documento, que é parte da investigação levada a cabo pelo Ministério Público e a Polícia Civil, a Acciona teria falhado em instalar uma parede para evitar o deslocamento de terra com a passagem da tuneladora. Em vez disso, teria concretado uma parede mais fina, que não suportou a pressão exercida.
O IPT também aponta possíveis fragilidades no solo causadas por sondagens abandonadas, embora a reportagem não cite a quem elas pertenciam. O instituto isenta de culpa a Sabesp, a quem atribui a correta construção do interceptor, localizado 3 metros acima do túnel do ramal metroviário. Segundo ele, não houve rompimento da tubulação e, ao contrário do que afirmou a consultoria da Acciona, as bombas da rede de esgoto estavam desligadas no momento da passagem.
O acidente em 1º de fevereiro de 2022 ocorreu minutos após o Tatuzão Sul atingir o poço SE Aquinos, na Margina Tietê. Como mostrou um vídeo publicado em primeira mão pelo MetrôCPTM, após a roda de corte terminar de derrubar a última parede, uma enxurrada de esgoto desaba sobre ela. Em pouco tempo, toda a área escavada foi tomada pelo material, mas felizmente não houve vítimas já que os funcionários conseguiram deixar o local.
A Acciona teve de reformar os dois tatuzões (a Tuneladora Norte foi parcialmente afetada) e retomou as escavações no final de agosto.
Fonte: https://www.metrocptm.com.br/laudos-sobre-acidente-com-tatuzao-da-linha-6-laranja-sao-conflitantes/
Seja o primeiro a comentar