Folha de S. Paulo – Os portos do chamado Arco Norte movimentaram 17 milhões de toneladas de soja e de milho nos quatro primeiros meses deste ano, um volume 32% superior ao do primeiro quadrimestre do ano passado.
O aumento dos terminais portuários e a melhoria da logística fazem com que o movimento desses portos cresça ano a ano. Nos quatro primeiros meses, 38% das 33,4 milhões de toneladas de soja exportadas pelo país saíram pelos portos do Arco Norte. Há dez anos, o percentual era de apenas 17%.
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A saída de milho somou 4 milhões de toneladas, 40% do total exportado pelo país, segundo o Imea (Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária), que tomou como base para essa apuração os dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior).
Há dez anos, a saída de milho pelos portos do Arco Norte somava 3% das exportações totais. A participação dessa região deverá ser ainda maior no segundo semestre, quando aumentam as exportações do cereal.
Para Thiago Guilherme Péra, coordenador do grupo Esalq-Log da USP, alguns fatores favorecem as exportações de grãos pelo Arco Norte. Para ele, a melhoria das condições das rodovias e a ampliação da capacidade portuária estão entre esses fatores.
É importante também, na avaliação de Péra, o aumento dos volumes movimentados na região, permitindo aos meios de transporte o retorno com cargas. Uma maior movimentação de fertilizantes, por exemplo, é uma saída, segundo ele.
A aceleração dos negócios pelo Arco Norte virá também com a criação de novas ferrovias, como a Ferrogrão, e com projetos de autorização ferroviária. A profundidade de alguns terminais portuários, possibilitando a utilização de navios maiores, também vai gerar o efeito de economia de escala no transporte marítimo.
Alguns fatores, no entanto, podem incentivar a saída de grãos pelo Arco Sul. Entre eles, o aumento da capacidade portuária de Santos e a melhoria das condições viárias do corredor para o Sul. Péra destaca também como fatores favoráveis a expansão da Malha Norte até a região central de Mato Grosso, a cobrança de pedágio na rodovia BR-163 (MT/PA) e a expansão da capacidade ferroviária de Mato Grosso a Santos.
Cálculos feitos pelo coordenador indicam que 57% da produção de grãos de Mato Grosso, o maior produtor nacional, ainda está em uma zona cinzenta. Ou seja, pode tanto ir para o Norte como para o Sul, dependendo da definição das condições logísticas. Ainda pelos cálculos dele, 19% da produção já está direcionada para o Norte e 24% para o Sul.
As exportações de soja deste ano somam 33,4 milhões de toneladas, com receitas de US$ 18,4 bilhões. Mato Grosso, ao somar 12,4 milhões de toneladas, lidera as vendas externas entre os 22 estados exportadores.
As vendas externas de milho atingem 10,3 milhões de toneladas e foram para 83 destinos diferentes. Com valor médio de US$ 294,6 mil por tonelada, as receitas somam US$ 2,98 bilhões. Mato Grosso lidera as exportações, ao movimentar 4,3 milhões de toneladas. O Paraná vem a seguir, com 1,4 milhão.
Frango As exportações dos quatro primeiros meses atingiram 1,75 milhão de toneladas, 12% a mais do que em igual período de 2022. No mesmo período, as receitas subiram para US$ 3,41 bilhões, com aumento de 19%, segundo a ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal).
Frango 2 Após várias semanas em queda, os preços do frango voltaram a ter leve alta para o consumidor em São Paulo, conforme dados divulgados pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) nesta terça-feira (9). No ano, a queda é de 9,7%, mas a evolução acumulada em 12 meses chega a 29%.
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