Empresas do agro adotam IA para reduzir riscos na logística

O Globo – A inteligência artificial se mostra uma ferramenta importante para as operações de transporte de empresas do agronegócio. Sistemas implantados em veículos ajudam a monitorar, além do cumprimento do percurso, aspectos relacionados à segurança no tráfego e à conduta e bem-estar do motorista.

Executivos de companhias que aderiram à ideia dos “caminhões inteligentes” afirmam que dá resultados. Os condutores ficam mais atentos e disciplinados, reduzindo o número de ocorrências como acidentes e multas.

Executivos de companhias que aderiram à ideia dos “caminhões inteligentes” afirmam que dá resultados. Os condutores ficam mais atentos e disciplinados, reduzindo o número de ocorrências como acidentes e multas.

Sensores e câmeras

A transportadora tem 1,7 mil veículos, sendo 1,4 mil caminhões para percursos maiores — entre unidades industriais e centros de distribuição, por exemplo — e outros 300 para distâncias menores, até o ponto final de entrega.

Segundo Ferraz, a empresa começou a adotar frotas inteligentes em 2015, quando instalou um centro de gerenciamento em Lins (SP). A primeira fase foi o controle de jornada de caminhoneiros por rastreamento via satélite. Depois, implantou telemetria, para avaliar a condução e os efeitos no bem-estar animal. Entre 2020 e 2021, a companhia expandiu o sistema para outros pontos de risco no transporte.

Com câmeras e sensores nas cabines dos veículos, o sistema pode gerar alertas de fadiga, sono, uso de celular ao volante, direção perigosa e jornada excessiva de trabalho. Esses alertas, com as imagens da cabine do veículo, são enviados à central, onde operadores analisam e adotam o protocolo para a situação.

— Se um motorista dá um sinal de fadiga, por exemplo, o sistema faz um alerta para ele parar em um posto naquela rota e bloqueia o motor do caminhão até que ele faça o tempo necessário de descanso. Depois, ele pede o desbloqueio e segue viagem — diz Ferraz.

Se há reincidência, o condutor é afastado da função e, a depender da situação, encaminhado para tratamento médico e realocado. Em caso de descumprimento das regras, pode haver sanções disciplinares. Já profissionais com melhor desempenho são bonificados, ressalta o executivo.

Atualmente, 70% dos caminhões da TRS têm o sistema. A expectativa é chegar a 100% no início de 2025. A transportadora adotou a IA também em ônibus de transporte de trabalhadores.

Para máquinas agrícolas

Fornecedora desse tipo de tecnologia para empresas, a Trimble considera o monitoramento de frotas um caminho sem volta. Entre seus clientes estão usinas de cana-de-açúcar e empresas de transporte de grãos.

Rebeca Ludovico, gerente de Vendas do segmento de transporte da Trimble para a América Latina, afirma que os sistemas da empresa estão em frotas com operações de estrada e off road. Além de evitar ocorrências, o objetivo é ajudar a definir protocolos de ação caso ocorram. A tecnologia inclui câmeras com IA nas cabines dos veículos e uma plataforma de gestão, que analisa os alertas de risco.

— O mais valioso é a forma como fornecemos os dados. Conseguimos saber quais são os motoristas que estão melhorando a performance e quais precisam de um olhar mais específico quando os comportamentos não estão adequados. Estabelecemos junto com o cliente os parâmetros que serão utilizados — explica Rebeca.

Atualmente, os sistemas da Trimble monitoram cerca de 1 milhão de veículos em todo o mundo. No Brasil, são mais de cem mil, sendo 17,23% de frotas de empresas do agronegócio. Outros 15,25% são da indústria de alimentos e bebidas. A companhia ainda começa a implantar IA em máquinas agrícolas.

Fonte: https://oglobo.globo.com/economia/negocios/noticia/2024/09/17/empresas-do-agro-adotam-ia-para-reduzir-riscos-na-logistica.ghtml

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