Metrô CPTM – A fábrica de trens da Alstom, em Taubaté, interior de São Paulo, pode sofrer uma paralisação de seus funcionários em breve, anunciou o sindicato da categoria.
O motivo, segundo ele, seria o anúncio de cerca de 500 demissões na unidade em virtude da conclusão da produção de trens “para o Metrô de SP” – o número não pode ser confirmado.
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O sindicato decretou “estado de greve” e afirmou que o “último vagão desse contrato será entregue nessa semana”, mas não deu detalhes sobre qual modelo se trata.
Como o Metrô não tem nenhuma encomenda junto à Alstom no Brasil, entende-se que a entidade se refere à produção de 36 unidades da Série 8900 para a ViaMobilidade, que está de fato na reta final, com 34 composições já enviadas à São Paulo.
A Alstom tem ainda um contrato com a LinhaUni para produzir 22 trens com seis carros cada para a Linha 6-Laranja, além de outros pedidos no exterior.
A empresa também está produzindo 19 trens Innovia 300 de monotrilho para a Linha 15-Prata, porém, eles são montados na China.
Em nota enviada ao site, a assessoria da Alstom afirmou que a empresa “confirma a readequação de sua força de trabalho na fábrica de Taubaté. A ação é necessária após a conclusão de algumas fases de produção e faz parte dos ajustes necessários para a realização dos demais projetos“.
“A decisão não impacta os projetos em curso, tampouco os negócios da empresa. A Alstom acredita e reforça seu compromisso de longo prazo com a mobilidade do país“, concluiu a nota.
Produção ferroviária no Brasil
O parque industrial ferroviário nacional vive uma fase de baixos pedidos e unidades fechadas nos últimos anos. Após um período em que pedidos de trens condicionavam a produção local, fabricantes como a CAF, Rotem e Bombardier abriram unidades para dar conta da demanda.
No entanto, as linhas mais novas têm sido geralmente atendidas por produção no exterior. O Metrô da Bahia e a ViaQuatro compram trens sul-coreanos produzidos na Ásia enquanto a CPTM encomendou oito trens chineses da Série 2500.
A Linha 17-Ouro também optou por um fabricante chinês, a BYD, que acaba de entregar o primeiro trem de monotrilho.
Em outros estados, a demanda tem sido pequena, com o Metrô de BH anunciando que irá receber trens fabricados pela CRRC, da China.
Por essa razão, a esperada concorrência para 44 trens da Frota R do Metrô de São Paulo é aguardada com grande expectativa já que será o maior contrato do tipo em muitos anos. O leilão está marcado para 30 de setembro após vários adiamentos.
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