Valor Econômico – O setor industrial foi o principal destaque positivo no Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre de 2024, segundo Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“A indústria se destacou nesse trimestre, em especial na Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e na Construção”, afirmou Palis, em comunicado sobre o PIB.
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A indústria cresceu 1,8% no PIB em relação ao primeiro trimestre de 2024, com expansão de 3,9% ante mesmo trimestre em 2023. No acumulado em quatro trimestres, a atividade industrial subiu 2,6%.
Aliás, o crescimento de 1,8% apurado pela indústria na base trimestral foi o maior para este tipo de comparação desde o aumento de 3,3% no primeiro trimestre de 2022.
A indústria de transformação subiu 1,8% entre abril e junho, frente ao trimestre anterior, maior crescimento desde os 4,9% do primeiro trimestre de 2022. Uma boa performance da indústria alimentícia ajudou a impulsionar o PIB do segmento.
“A contribuição da indústria alimentícia foi muito importante dentro da indústria da transformação e tem a ver com consumo interno em alta”, afirmou Rebeca Palis. Outros destaques positivos na expansão da indústria da transformação foram as performances em outros equipamentos de transporte; máquinas e aparelhos elétricos; indústria moveleira; e indústria automotiva.
A indústria de eletricidade e gás, água, esgoto e atividade de gestão de resíduos registrou incremento de 4,2% na mesma comparação, no maior avanço desde os 7% do primeiro trimestre de 2022.
Essa alta da indústria como um todo aconteceu mesmo com a queda de 4,4% da indústria extrativa frente ao trimestre anterior, pior resultado para esta comparação desde o recuo de 5,7% no segundo trimestre de 2019.
Ante o segundo trimestre de 2023, os destaques foram produção e distribuição de eletricidade, gás e água (8,5%); construção (4,4%); transformação (3,6%) e extrativas.
Rebeca Palis avaliou em nota que “o maior consumo de eletricidade, principalmente nas residências, e a manutenção da bandeira tarifária verde ajudaram o setor”.
Indústria extrativa
As indústrias extrativas foram destaque negativo no desempenho do PIB no segundo trimestre, com recuo de 4,4% em relação aos três meses antecedentes. Foi a maior queda desde o segundo trimestre de 2019, quando tinha recuado 5,7%.
Frente ao segundo trimestre de 2023, as indústrias extrativas avançaram 1%, ritmo bem inferior ao da alta de 3,3% do PIB como um todo. Nessa base de comparação, foi o pior desempenho da atividade desde o terceiro trimestre de 2022, quando caiu 3%.
O resultado das indústrias extrativas no segundo trimestre está ligado tanto a uma base de comparação elevada quanto ao esgotamento natural de campos maduros, segundo Palis. “A indústria extrativa é destaque negativo no trimestre. Uma parte disso é o efeito-base, porque a atividade vinha de crescimentos expressivos. Mas o que pesa mais é a extração de petróleo. Houve paradas para manutenção, mas também ocorre algum esgotamento natural dos campos maduros, um declínio natural [de produção] ligado a esses campos.”
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