O Globo – A ciclopassarela Jornalista Erika Sallum, que fica sobre o Rio Pinheiros e liga os bairros Butantã e Pinheiros, na zona oeste de São Paulo, ficou danificada após a forte chuva que atingiu a cidade na noite de terça-feira (18). Um pedaço do parapeito caiu sobre a rede aérea da Linha 9-Esmeralda, que teve parte de sua operação interrompida. A obra foi inaugurada há três semanas e custou R$ 46 milhões.
Por volta das 20h30, enquanto chovia na capital, o guarda-corpo da ciclopassarela caiu sobre a rede aérea da linha e afetou seu sistema de energia. A circulação dos trens ficou temporariamente interrompida entre as estações Pinheiros e Vila Olímpia.
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Segundo a ViaMobilidade, concessionária responsável pela Linha 9-Esmeralda, a operação foi normalizada na manhã desta quarta. Durante a madrugada, a estrutura metálica foi retirada da via e os cabos foram arrumados.
Até o momento, as laterais do local estão demarcadas por cones e fitas e é possível circular apenas pela via central da estrutura no trecho. Com 685 metros de extensão, a passarela fica cerca de 8 metros acima da Marginal Pinheiros e está localizada entre as pontes Eusébio Matoso e Bernardo Goldfarb.
Em nota, a prefeitura informou que a peça do guarda-corpo foi reinstalada ainda na madrugada de quarta-feira e a passarela funciona normalmente.
“Não houve feridos nem danos ao cabeamento da linha férrea. A SPObras vistoriou o local e notificou a empresa responsável para que, em até cinco dias úteis, apresente um relatório com as causas do incidente, as soluções propostas e a comprovação da qualidade dos serviços conforme as normas técnicas. Também foi exigida a garantia de que todas as medidas necessárias foram adotadas para evitar nova ocorrência”, disse a gestão do município.
Demanda antiga
A obra, que era uma demanda antiga dos ciclistas da região, teve início em dezembro de 2023, mas a ciclopassarela foi entregue apenas no dia 30 de janeiro deste ano. O custo, proveniente da Operação Urbana Faria Lima, chegou aos R$ 46 milhões, de acordo com o Município.
A via foi batizada com o nome da jornalista e cicloativista Erika Sallum, que morreu em 2021, vítima de câncer de mama.
Ciclistas que conversaram com o GLOBO na ciclopassarela mostraram-se preocupados com o incidente. Apesar do ocorrido, informaram que seguirão utilizando a via normalmente.
— A obra ajudou demais (no dia a dia). Mas achei que o trabalho foi mal feito, já que caiu tão facilmente — disse Lucas, que trabalha na região e utiliza a passarela diariamente.
Outro transeunte que passava pela ciclopassarela comentou que soube do incidente apenas quando entrou na via para atravessar o Rio Pinheiros. O ciclista comenta que teve seu trajeto facilitado no cotidiano e que a obra foi “muito bem-vinda”.
— Só de sair do fluxo de carros, do trânsito, já ajuda demais — disse Afonso, que precisa se deslocar para a região todos os dias. — (O incidente) é bem estranho, porque a obra acabou de ser entregue e aconteceu algo assim. O problema de ontem foi atípico, então talvez tenha sido isso por isso mesmo.
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