O Tempo (MG) – A Metrô BH, concessionária que administra o sistema metroviário de Belo Horizonte e Contagem, vai manter a operação apenas com trens contendo quatro carros e não oito, como ocorria antes da privatização. Para evitar superlotação de passageiros, a concessionária promete reduzir o intervalo das viagens. Conforme anunciado pelo presidente da concessionária, Cláudio Andrade, nesta segunda-feira (24 de março), a Metrô BH adquiriu 24 novos trens. A expectativa é de que um deles possa começar a operar ainda neste ano, e os demais até o fim de 2026.
“São trens que contam com quatro carros, mas que podem ser acoplados em alguma situação especial. Os modelos antigos eram acoplados (com oito) para ofertar mais lugares. Só que agora vamos conseguir reduzir o intervalo das viagens e isso vai possibilitar atender a demanda”, garante Andrade.
O valor investido na compra dos trens não foi informado pela concessionária. Porém, o contrato de concessão prevê o investimento de R$ 3,7 bilhões ao longo dos 30 anos do contrato — montante que será dividido entre os Governos Federal, Estadual e a Metrô BH. “Toda a parte de infraestrutura também está ficando pronta para a gente conseguir mais agilidade”, acrescenta.
Nesta segunda-feira (24 de março), a Metrô BH celebrou dois anos de operação do sistema metroviário da capital mineira e de Contagem. De acordo com a concessionária, além da compra dos 24 trens, a empresa reforçou dez das 19 estações e deu início às obras da Linha 2, além da Linha 1 até o bairro Novo Eldorado.
“Temos percebido algumas melhorias, mas ainda é pouco pelo valor que pagamos de passagem. Além dos trens cheios, em algumas estações está sendo complicado se deslocar devido às obras, principalmente quando tem alguma pessoa com deficiência”, aponta a faxineira Eloah Duarte, 54.
O marido dela, o autônomo Silvio Dias, de 61, é cego. O casal utiliza diariamente o metrô para se deslocar da Estação Eldorado até a Santa Inês, na região Leste da capital. “Toda obra merece uma ressalva, mas poderia ser algo melhor. Além disso, tem a demora. Em alguns dias, a gente espera 40 minutos pelo metrô”, avalia Silvio.
Os problemas apontados pelos usuários são reconhecidos pela Metrô BH. Conforme o presidente da concessionária, os acessos internos e externos de algumas estações tiveram que ser adaptados por causa das reformas. “Tivemos que implantar alguns acessos provisórios, mas são seguros. Existe um desconforto, mas é algo necessário, porém, provisório”, pontua Cláudio Andrade.
Para a atendente de loja Rita Muniz, de 50, que passou a utilizar o metrô nos últimos seis meses, outro problema é a limpeza dos vagões. “A gente reclama muito da limpeza, principalmente em dias de chuva. Esse é um ponto negativo”, afirma. A usuária, no entanto, aprovou a reforma nas estações, que passou a contar com uma nova identidade visual, além de placas e mapas. “Ficou mais informativo. Ajuda a gente a se orientar sobre onde descer”, conclui.
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