Ferrovia Vitória a Minas vai ampliar uso de IA e biodiesel em locomotivas

A Gazeta (ES) – A Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM) está ampliando o uso de inteligência artificial (IA) nas suas operações. As novas tecnologias vão ajudar a detectar com maior precisão quando componentes e estruturas precisam ser corrigidas ou alteradas.

A IA também estará presente em um novo sistema de condução semiautônoma de trens que começará a ser implantado na ferrovia ainda este ano.

Outra novidade está na renovação das locomotivas. A partir de 2026, vão começar a ser entregues os novos veículos da EFVM que vão poder operar com uma maior mistura de biodiesel, o que reduzirá as emissões de gases de efeito estufa. A nova frota estará pronta para rodar o B25, combustível com 25% de biodiesel. Atualmente, a mistura está em 14%.

“Com essas inovações, buscamos operações cada dia mais modernas, sustentáveis e eficientes, contribuindo para um sistema ferroviário que beneficie tanto a economia quanto o meio ambiente”, diz João Falcão, diretor da Estrada de Ferro Vitória a Minas, com exclusividade para A Gazeta.

Uso da IA

Atualmente, a inteligência artificial já é aplicada na manutenção de vagões que circulam entre Espírito Santo e Minas Gerais, com  uso de algoritmos avançados, câmeras e sensores instalados ao longo da via. Isso permite identificar, com precisão, se os componentes e as estruturas dos veículos estão dentro dos padrões operacionais esperados.

O sistema foi aprimorado a partir do investimento em sensores a laser de última geração, capazes de realizar varreduras tridimensionais, com o objetivo de tornar esse processo ainda mais eficiente e seguro e de aumentar a vida útil da frota.

Segundo a Vale, que administra a ferrovia, a nova tecnologia vai permitir detectar com maior precisão desgastes e trincas e medir a espessura das chapas que compõem os vagões, entre outras características estruturais. O sistema deve entrar em fase de testes ainda este ano.

Condução semiautônoma

Outra inovação ao longo da estrada de ferro é o Trip Optimizer. O sistema de condução semiautônoma de trens acaba de ser testado e está em fase de implantação.

O equipamento permite controlar os pontos de aceleração e frenagem dinâmica das locomotivas por meio de um sistema inteligente. Ele baseia-se em fatores determinantes, como peso do trem, estado da via, restrições de velocidade, quantidade de vagões acoplados, entre outros. Os benefícios incluem maior previsibilidade quanto ao tempo de viagem e consumo de combustível.

Entre as iniciativas voltadas para eficiência energética em fase de implantação, há também um computador de bordo que fornece ao maquinista diversas informações sobre as condições e as características da via, como interdições, ocupações, posição geográfica da locomotiva, localização das passagens em nível, rampas, curvas e licenças de circulação à medida que o trem percorre a ferrovia.

A previsibilidade da condição da via permite ao maquinista operar o trem com maior eficiência, evitando paradas e arrancadas desnecessárias e mantendo uma menor variação de aceleração. Assim, é possível ter redução no consumo de combustível.

Novas locomotivas vão emitir menos CO2

Em 2025, a Vale informou que adquiriu novas locomotivas da série Evolution DA Wabtec Corporation para modernização da frota e também para avançar no programa de descarbonização. O objetivo é melhorar a eficiência e reduzir as emissões das operações ferroviárias. Os veículos serão produzidos na fábrica da Wabtec no Brasil, na cidade de Contagem (MG), e começarão a ser entregues em 2026.

O plano de renovação da frota da Vale inclui a integração de 36 locomotivas EVOBBW da Wabtec na Vitória a Minas e 14 locomotivas ES58Aci da Wabtec na operação da Estrada de Ferro Carajás. Segundo a Vale, esses veículos estão entre os mais modernos do mercado e poderão operar com uma maior mistura de biodiesel, o que reduzirá as emissões de gases de efeito estufa.

A Vale e a Wabtec planejam realizar testes para avaliar a possibilidade de aumentar a porcentagem de biodiesel no futuro.

A família de locomotivas da série Evolution está equipada com tecnologia avançada de motores a diesel, trazendo ganhos significativos em eficiência operacional por meio de economia de combustível, intervalos de manutenção mais longos e, consequentemente, menores custos.

As novas locomotivas têm motores de tração AC, os quais proporcionam mais de 50% de melhoria na capacidade de tração. Já em operação na Estrada de Ferro Carajás, esse modelo agora fará parte da frota da Estrada de Ferro Vitória a Minas.

De acordo com o fabricante, em comparação com o FDL, o modelo da série Evolution proporciona até 6% de redução no consumo de combustível e nas emissões de CO2, possibilitando a transição para combustíveis alternativos no futuro.

Fonte: https://www.agazeta.com.br/es/economia/ferrovia-vitoria-a-minas-vai-ampliar-uso-de-ia-e-biodiesel-em-locomotivas-0625

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