O governo adiou a consulta pública do projeto da Ferrogrão,
a ferrovia “das tradings”, para meados de outubro, apurou o Valor.
Originalmente, a consulta pública deveria ser lançada hoje, conforme o
cronograma do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), mas devido a
trâmites burocráticos teve de ser prorrogada. A estimativa agora é que a
consulta seja lançada até o dia 15. Cabe à Agência Nacional de Transportes
Terrestres (ANTT) fazer a licitação.
Contudo, isso não deve comprometer o cronograma do
empreendimento, disse uma fonte do governo. A Ferrogrão é um projeto novo que
vai conectar a região produtora de grãos do Centro-Oeste ao Estado do Pará,
chegando ao porto de Miritituba, num trajeto de 1.142 quilômetros entre Sinop
(MT) a Miritituba (PA).
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É idealizada pelo consórcio Pirarara, formado pela Estação
da Luz Participações (EDLP) e pelas tradings agrícolas ADM, Cargill, Amaggi,
Louis Dreyfus e Bunge. O grupo foi responsável por apresentar ao governo a
Proposta de Manifestação de Interesse (PMI) do empreendimento. “O
importante não é que seja rápido, mas que seja bem feito”, disse o
presidente da EDLP, Guilherme Quintella, ao ser procurado pelo Valor.
A Ferrogrão tem como objetivo dar uma solução logística para
o escoamento da produção do Centro-Oeste que avança em direção ao Norte. O
empreendimento está orçado em R$ 12,6 bilhões, sendo a maior parte, cerca de R$
9 bilhões, concentrada nos cinco primeiros anos. Há uma previsão de que o BNDES
financie até 80% da obra. O consórcio Pirarara pretende entrar com no máximo
40% do investimento e busca parceiros com equity e conhecimento de construção e
operação ferroviária. A concessão terá prazo de 65 anos.
Na recente missão à China, a Ferrogrão foi o projeto
ferroviário que mais atraiu atenção, com perguntas de quase duas dezenas de
grupos. Os outros dois projetos ferroviários do PPI (Fiol e Norte-Sul) são
“brownfield”, com previsão de serem licitados em 2018.
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