Em mais uma tentativa de levar o Metrô a Diadema, o Estado analisa proposta para extensão da futura Linha 18-Bronze até o município. O projeto original estabelece São Bernardo como o ponto final do monotrilho, que ligará a região à Estação Tamanduateí, na Capital, passando também por Santo André e São Caetano. O possível trecho, no entanto, está planejado para a segunda etapa do empreendimento, que deverá ter obras iniciadas somente depois de 2015. A construção da primeira fase está prevista para começar no ano que vem.
A avaliação sobre a ampliação será feita após solicitação do secretário de Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, que anunciou em julho o objetivo de levar o Metrô à Diadema. Na época, as possibilidades consideradas eram a expansão da Linha 1-Azul (Jabaquara/Tucuruvi) e a mudança no desenho da futura Linha 20-Rosa (Lapa/Moema), cujo projeto prevê ampliação para o Rudge Ramos. Caso essa opção fosse escolhida, o itinerário passaria por Diadema antes de chegar a São Bernardo.
O presidente do Metrô, Luiz Antonio Carvalho Pacheco, afirmou que, após análises preliminares, a empresa concluiu que o mais viável seria esticar o traçado do monotrilho. “É o que temos de mais adiantado nesse sentido. Depois do Alvarenga, em São Bernardo, a linha seguiria para Diadema. Já está no nosso mapa da rede futura”, firmou o gestor durante a 12ª Conferência de Produção Mais Limpa e Mudanças Climáticas de São Paulo, realizado na sexta-feira no Memorial da América Latina, na Capital.
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Não há prazo para que os estudos sejam concluídos, bem como o aumento no investimento necessário. Do Alvarenga – terminal previsto para a segunda etapa da proposta original – até o bairro Eldorado, em Diadema, a distância é de aproximadamente cinco quilômetros lineares. Até o Centro, o acréscimo é de cerca de sete quilômetros. A etapa inicial, prevista para ficar pronta em 2015, tem ponto final planejado para o Centro de São Bernardo (leia mais abaixo).
Apesar das intenções do Estado, o ramal adicional esbarra em pelo menos dois problemas. O primeiro diz respeito às dificuldades para realizar as desapropriações, já que a região do Alvarenga possui diversos terrenos ocupados de forma irregular. Outra situação que preocupa é o fato de o traçado do monotrilho sobrepor o corredor ABD, atualmente operado pela concessionária Metra, o que pode gerar impasses administrativos. Em junho, o secretário-adjunto de Transportes Metropolitanos, Peter Walker, admitiu que a ampliação do empreendimento representava “risco muito grande”.
Estação Oratório abre em janeiro
Serão inauguradas em janeiro as duas primeiras estações da Linha 15-Prata do Metrô, monotrilho que fará a ligação da Linha 2-Verde (Vila Prudente/Vila Madalena) com a Zona Leste da Capital. Além do terminal Vila Prudente, será aberta a Estação Oratório, que fica a cerca de três quilômetros de distância da divisa com São Caetano e Santo André. O primeiro trecho liberado para os usuários terá 2,9 quilômetros.
O presidente do Metrô, Luiz Antonio Carvalho Pacheco, informa que, nos primeiros meses, o ramal funcionará em operação assistida, com horário reduzido e sem abertura nos fins de semana. Até dezembro do ano que vem, deverão ser inauguradas outras duas estações, chegando até o Jardim Planalto. O investimento total para a linha, que terá 18 paradas e 26,6 quilômetros, é de R$ 5,5 bilhões. O modal terá capacidade para receber 48 mil passageiros por hora em cada sentido. O intervalo aproximado entre trens será de 90 segundos.
Em agosto, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) anunciou outra expansão para a Linha 15-Prata. O objetivo é fazer com que o sistema chegue até a estação Ipiranga, da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos). Lá, será possível fazer conexão com a Linha 10-Turquesa (Brás/Rio Grande da Serra). A nova opção de baldeação deve desafogar a demanda na estação Tamanduateí, de onde é possível acessar a Linha 2-Verde. Não foi dado prazo para que a expansão seja concluída.
Também estão em obras atualmente as linhas 17-Ouro (Jabaquara/Morumbi), que também será operada por monotrilho; 5-Lilás, que será expandida do Largo 13 até a Chácara Klabin; e 4-Amarela (Luz/Butantã), que deverá ganhar até o ano que vem cinco novas estações: Vila Sônia, São Paulo-Morumbi, Fradique Coutinho, Oscar Freire e Higienópolis-Mackenzie.
Edital para licitação deverá ser lançado ainda este mês
O presidente do Metrô, Luiz Antonio Carvalho Pacheco, afirma que o edital para licitação da Linha 18-Bronze (Tamanduateí/Djalma Dutra) deverá ser publicado ainda neste mês. O lançamento, prometido para o início deste ano, já foi adiado diversas vezes. O atraso foi atribuído a problemas no certame de outra PPP (Parceria Público-Privada), a da Linha 6-Laranja (Brasilândia/São Joaquim).
Segundo Pacheco, equipes do Metrô irão participar de reunião na segunda-feira com integrantes do governo federal para definir os últimos detalhes do edital. A consulta pública para o documento foi lançada em julho.
A Linha 18-Bronze terá extensão de 14,9 quilômetros e ligará a Estação Tamanduateí ao Centro de São Bernardo por meio de monotrilho. Também serão cortados pelo traçado os municípios de Santo André e São Caetano. O investimento previsto é de R$ 3,5 bilhões, sendo 55% aplicado pela iniciativa privada. A construção deverá gerar 3.000 empregos, enquanto a operação irá proporcionar a criação de 1.500 postos de trabalho.
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