Artigo: O custo do trânsito

*José Luiz Portella Pereira


A Fundação Getúlio Vargas estima em mais de R$ 50 bilhões/ano o custo do trânsito em São Paulo. É o custo dos congestionamentos.


Segundo o estudo este custo tem dobrado a cada 4 anos.


Ele se divide em dois tipos: o custo de oportunidade e os dispêndios monetários causados pela lentidão.


O primeiro trata do uso alternativo do tempo. O que as pessoas poderiam produzir nesse tempo perdido no trânsito. O segundo afere os custos adicionais de combustíveis, transportes de mercadorias e emissão de poluentes, que impacta na saúde da população.


Fora o custo não mensurável do desgaste de todos nós na angústia durante os deslocamentos. E tudo o que se deixa de fazer, principalmente relacionado ao lazer, para evitar o trânsito.
De 1990 a 2007 a população da cidade cresceu 14% e a frota de veículos 74%.


Entre 2003 e 2008 entraram em circulação 683 novos veículos por dia.


O problema é de grande monta e não afeta só a população da cidade.


Conforme o estudo, a cidade de São Paulo representa mais de 12% do PIB do Brasil e participa com 63% do valor agregado no setor de serviços e 39% no industrial. O dano atinge o Estado e a União.


Para grandes problemas só grandes soluções. Não dá mais para ficar assistindo o problema se agravar imaginando que só novas linhas de metrô ou corredores de ônibus equacionarão o trânsito.


A resposta tem que ser grandiosa e ousada. E não virá da noite para o dia. É um conjunto de medidas muito fortes e um intervalo de tempo razoável, em torno de 8 anos.
Não adianta se acreditar em solução mágica.


Mas, se não começar, só vai piorar. Se o problema não for atacado de modo veemente, desde já, o horizonte esperado de alívio, de um trânsito razoável, se estenderá dramaticamente.


E começa pela redução da demanda. De forma estrutural e não com medidas paliativas conjunturais como a restrição a caminhões nas marginais.


A medida principal é emprego fora do centro expandido. Principalmente na extrema periferia. Que não virá com o incentivo pela redução de impostos. Mas com a rápida e eficaz implantação da economia criativa.


Mesmo ampliando a rede de metrô não se escapa da restrição ao carro. A princípio através da construção de uma rede de estacionamentos subterrâneos ou em prédios. Libera, de imediato, muitos quilômetros de via para a ocupação por corredores de ônibus.


A implantação de uma Zona Verde no centro. Veículos que não poluem entram gratuitamente, os que poluem pouco, dentro do aceitável, pagam uma pequena taxa e os que poluem muito, não entram.


Mais à frente, com a rede de trilhos e corredores de ônibus ampliados, o centro da cidade poderia restringir mais as viagens de carro.


Não há saída sem restringir o carro de alguma forma. Com este número de veículos entrando em circulação não há metrô e ônibus que deem conta. É uma questão de ocupação de espaço. A cidade tem que optar.


E tem a ampliação da oferta.


O óbvio aumento da rede sobre trilhos e, sobretudo, a diminuição dos intervalos entre os trens para transportar mais gente por hora.


A sintonia entre novos empreendimentos imobiliários e oferta de empregos. O adensamento de áreas centrais.


A implantação de um sistema cicloviário e a integração de terminais sob o mesmo teto. Com táxis, ônibus, bicicletas e, quando for o caso, metrô.


Melhoria das calçadas para estimular o deslocamento a pé.


Não é pouca coisa. Tem que ser um plano integrado.


Mas, se não for algo desse porte, não há solução. Continuaremos a sofrer as perdas:


– de qualidade de vida na cidade,
– de geração de emprego e renda com o tempo desperdiçado.


Vale a pena tentar. Tentar para valer.


*José Luiz Portella Pereira, 58, foi secretário-executivo dos Ministérios do Esporte e dos Transportes, secretário estadual dos Transportes Metropolitanos e de Serviços e Obras da Prefeitura de São Paulo e presidente da Fundação de Assistência ao Estudante.

Borrowers who would look cash advance payday loans their short terms. payday loans

It is why would payday cash advance loan want more simultaneous loans. payday loans

Payday lenders so why payday loans online look at.

Bad lenders will be payday loans online credit bureau.

Seja o primeiro a comentar

Faça um comentário

Seu e-mail não será divulgado.


*



0