Número de falhas que prejudicam o metrô de SP dobra

O número de falhas no metrô de São Paulo mais do que dobrou em três anos. Dados obtidos pelo Estado, com base na Lei de Acesso à Informação, revelam que em 2010 o sistema registrou 1,51 incidente notável (evento que prejudica o funcionamento da linha) a cada milhão de quilômetros percorridos. Em 2012, a quantidade chegou a 3,31.


Com 4,14 interferências por milhão de quilômetros percorridos pelos trens, a Linha 3-Vermelha, que liga Itaquera, na zona leste, à Barra Funda, na zona oeste, foi a que teve o maior crescimento de falhas. Há três anos, o índice era de 1,2. Trata-se do ramal mais carregado de todos, com quase 1,2 milhão de pessoas transportadas a cada dia útil.


Na manhã da quarta-feira (28), quem depende dessa linha teve de ter mais paciência do que o normal, pois um incidente em um equipamento de via na altura da Estação Bresser-Mooca afetou a circulação das composições. Foi a segunda ocorrência no local em menos de uma semana. Na sexta-feira (22), um problema parecido prejudicou os passageiros em pleno horário de pico da manhã.


Demanda


O presidente do Sindicato dos Metroviários, Altino de Melo Prazeres Júnior, afirma que o sentimento de parte dos funcionários do Metrô é de que os transtornos estão mais comuns. “O sufoco está aumentando. E por quê? Pela quantidade crescente de passageiros, o que acarreta o desgaste dos materiais e amplia os riscos de incidentes notáveis.”


Entre 2011 e 2012, a demanda total nas quatro linhas administradas pelo Metrô cresceu 1%, atingindo 1,098 bilhão de passageiros transportados na rede.


Além da Linha 3-Vermelha, a 1-Azul registrou aumento considerável do número de falhas: foram 3,18 incidentes notáveis por milhão de quilômetros percorridos em 2012, ante 1,53 dois anos antes. Por sua vez, a Linha 2-Verde passou de 2,30 para 2,76 no ano passado. Esse número, porém, é menor do que o verificado em 2011 naquele ramal: 5,68. A Linha 5-Lilás, a menor, foi a única a ter redução de falhas, caindo de 1,60 para 0,70. A Linha 4-Amarela está fora dos dados computados por ser operada pela concessionária ViaQuatro.


Em nota, o Metrô informou que, para atender à maior demanda, “se estruturou com a compra de novos trens, redução de intervalos e oferta de novas viagens”. Fora isso, a empresa só alegou que os Serviços de Informação ao Cidadão, de onde a reportagem obteve os dados, “são transparentes”.

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