Juquinha diz que acumulou bens ao longo da vida

A Polícia Federal prendeu ontem o ex-presidente da Valec Engenharia, José Francisco das Neves, o Juquinha, e mais três pessoas acusadas de se beneficiarem de fraudes em licitações da ferrovia Norte-Sul. Nos quatro primeiros inquéritos sobre o caso, a polícia já constatou superfaturamento de R$ 129 milhões só na construção de trechos da ferrovia em Goiás. Juquinha, que foi presidente da Valec entre 2003 e 2011, deixou o cargo ano passado em meio a denuncias de corrupção no Ministério dos Transportes.


O líder do PPS na Câmara, deputado Rubens Bueno (PR), anunciou que pedirá convocação de Juquinha para depor na CPI do Cachoeira. Durante a gestão de Juquinha, a Valec fez contratos de R$ 574 milhões com a Delta, alvo da comissão.


Mulher, filho e sócio também foram presos


O ex-presidente da Valec tem ligações políticas com os deputados Valdemar Costa neto (PL-SP), Sandro Mabel (PMDB-GO), e com o senador Vicentinho Alves (PR-TO). Na Operação Trem Pagador, a Polícia Federal em Goiás prendeu Marivone Ferreira das Neves e Jader Ferreira das Neves, mulher e filho de Juquinha. Também foi preso Marcelo Araújo Cascão, sócio do executivo. O grupo é acusado de comprar mansões e fazendas, entre outros bens, para esconder o dinheiro supostamente desviado de obras da Norte-Sul.


As prisões foram decretadas pelo juiz da 11ª Vara Federal de Goiânia, Alderico Rocha dos Santos, encarregado também do processo contra a organização do bicheiro Carlinhos Cachoeira.


No mesmo despacho, o juiz determinou o sequestro dos bens do grupo de Juquinha. Nesta relação constam 15 imóveis, entre eles três fazendas em Goiás e três mansões no condomínio Alphaville, em Goiânia. Também foram bloqueadas 105 contas de empresas do grupo.


Juquinha, a mulher e o filho têm patrimônio declarado de aproximadamente R$ 18 milhões. Mas, pelos cálculos dos investigadores, só os bens identificados até o momento chegam a R$ 60 milhões. Quando chegou à Valec, em 2003, Juquinha declarou patrimônio de R$ 1,5 milhão. Nos 11 anos em que esteve na estatal, o executivo fez essa fortuna se multiplicar 830%, conforme cálculo dos peritos que estão participando das investigações.


A investigação começou ano passado a partir de um levantamento que o procurador da República Hélio Telho estava fazendo sobre o patrimônio do ex-presidente da Valec. A ideia do procurador era identificar bens que pudessem ser apreendidos e leiloados numa ação civil já em curso contra Juquinha. Na apuração preliminar, Telho se deparou com uma surpreendente fortuna do ex-funcionário da estatal e acionou a Polícia Federal.


-Aquilo me assustou. Sabia que era muito, não sabia que era aquele patrimônio todo. E boa parte desse patrimônio estava em nome da mulher dele – disse Telho.


A partir dali, a Polícia Federal decidiu abrir uma investigação específica para identificar a movimentação do dinheiro e a compra de imóveis pelo grupo de Juquinha. Segundo o superintendente da PF em Goiás, Joaquim Mesquita, trata-se de um inquérito específico sobre a suposta ocultação de riqueza de origem ilícita. As fraudes da Norte-Sul estão sendo apuradas de forma complementar em outras investigações. A ideia dos investigadores é seguir o caminho do dinheiro supostamente desviado e levar à asfixia financeira.


-Esta é uma investigação diferente. Está focada no patrimônio e não nas fraudes nas obras, as fraudes estão sendo apuradas em outros inquéritos – explicou Mesquita.


A polícia Federal também esteve na sede da Valec, em Brasília, verificando documentos relativos à época da gestão do Juquinha. Funcionários da estatal que permaneceram na empresa foram interrogados. A Valec não se manifestou até agora sobre o caso. Juquinha foi preso numa das três mansões que possui no condomínio Alphaville, em Goiânia, o mesmo onde Cachoeira foi detido em 29 de fevereiro.


Em depoimento à polícia, Juquinha disse que acumulou fortuna a partir da renda de bens e pequenos negócios que fez ao longo da vida. Mas a situação do ex-presidente da Valec se tornou mais complicada depois do interrogatório do motorista Mauro de Sousa. O motorista, que prestava serviços à família de Juquinha, confirmou que recebia salário da Construmat, empresa com contrato de mais de R$ 4 milhões com a Valec.

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