Vir do ABC à capital ou fazer o trajeto inverso em apenas 15 minutos parece sonho para quem usa a Linha D (Luz – Rio Grande da Serra) da CPTM. O projeto para tornar isso possível, no entanto, já existe e deve virar realidade em 2010. Isso porque a Secretaria Estadual de Transportes Metropolitanos vai lançar o novo trem Expresso Sudeste, nos moldes do Expresso Leste, que sai da Luz e chega a Guaianases em 20 minutos. No novo expresso, o intervalo médio dos trens nos horários de pico deve ser de 6 minutos.
Ele funcionará ao lado da atual Linha D, mas buscará atender principalmente os passageiros que fazem todos os dias o trajeto direto entre ABC e capital. Para essas 217 mil pessoas, não interessa o pinga-pinga do trem em estações como Ipiranga ou Capuava.
O novo expresso vai partir da região chamada de Integração Centro (Barra Funda, Luz e Brás) e fazer apenas quatro paradas: Tamanduateí (que será integrada à Linha 2 do Metrô no ano que vem), São Caetano, Santo André e Mauá.
Segundo o secretário de Transportes, Jurandir Fernandes, as quatro serão reformadas. “Ficarão modernas, com mezanino para a transferência entre linhas, escadas rolantes, elevador e bilheteria blindada.” O projeto vai exigir o deslocamento das paradas em pelo menos duas estações, Santo André e Mauá.
Como ocorre atualmente na Linha F da CPTM, que vem passando por reformas, o tráfego normal de trens não será interrompido na Linha D para as obras do Expresso Sudeste. Para o secretário, não será difícil o próximo governador conseguir dinheiro para tirar o novo expresso do papel.
“Como se trata de uma obra relativamente barata, a um custo de R$ 9 milhões por quilômetro, a execução será tranqüila”, diz Fernandes. “Não serão necessárias desapropriações e boa parte da infra-estrutura já existe.” Só para fazer uma comparação, o quilômetro de uma linha de metrô custa, em média, R$ 110 milhões.
Toda a implementação do Expresso Sudeste – construção de trilhos, compra de trens e reforma de estações – está orçada em R$ 617,9 milhões. De ponta a ponta, o expresso terá 29 quilômetros e deverá ser usado por cerca de 450 mil passageiros por dia em 2010, de acordo com previsão da CPTM.
Quando estiver em funcionamento, o Expresso Sudeste deve ficar com a maior parte dos passageiros da Linha D. “A linha continuará existindo e fazendo seu trajeto atual, com paradas em estações intermediárias que não fazem parte do trajeto do expresso”, diz o secretário.
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