Ao anunciar a disposição em investir R$ 9 milhões em parceria com a Ferronorte para elevar a capacidade de um de seus terminais no porto de Santos (SP) de 135 mil para 180 mil toneladas, a Caramuru Alimentos, maior processadora de grãos de capital nacional, deu mais um passo em direção à melhoria da infra-estrutura que rodeia o cais paulista.
A capacidade adicional do armazém 39 externo – arrendado junto à Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) – só será concluída em 2007, mas mesmo assim a Caramuru prevê um crescimento de 52% em seus embarques de soja (grão e farelo) em 2006, para 3,5 milhões de toneladas. Em 2005 foram 2,3 milhões de toneladas, distribuídas entre dois terminais : o 39 externo, inaugurado em 2002 em parceria com a Ferronorte e o 40 externo, com a Citrosuco. Neste, a Caramuru entrou com 100% do investimento, a partir de 2000.
Estamos confiantes na melhoria da dragagem, na construção das perimetrais e nos acessos a partir de São Paulo. Temos tido embarques com redução de carga devido ao insuficiente calado e observado aumento nos fretes, derivado da ociosidade de porões, aponta César Borges de Souza, vice-presidente do grupo.
O executivo aponta avanços no sistema ferroviário, que está com participação crescente no transporte da soja do interior para Santos, e no sistema operacional dos armazéns de Santos. Em conjunto com Ferronorte (braço da Brasil Ferrovias), Citrosuco, Coinbra e Topfer, a Caramuru também reformou dois ship loaders (embarcadores automáticos), por R$ 5 milhões. Com Citrosuco e Ferronorte, implantou duas balanças ferroviárias (aporte total de R$ 800 mil), e, para atender às normas anti-terrorismo e combater o contrabando, gastou com as mesmas duas parceiras outros R$ 800 mil.
Segundo Borges, desde que se associou à Ferronorte a Caramuru já entregou ao tráfego ferroviário dez locomotivas e 300 vagões, em um valor equivalente a R$ 30 milhões. É um patrimônio da Caramuru que ao longo de tempo, conforme cláusulas contratuais, vai sendo transferido para a Ferronorte, informa.
O grupo, que amargou queda de R$ 300 milhões no faturamento em 2005, para R$ 1,5 bilhão, quer recuperar o nível de 2004 neste ano. Souza apontou três problemas para a queda do ano passado: câmbio, preço e volume – este devido à frustração da produção de soja na safra 2004/05. Do faturamento total, 43% correspondem às exportações.
Criada em 1964, em Maringá (PR), a Caramuru montou um parque industrial capaz de refinar 230 mil toneladas de óleos de milho, soja, girassol e canola por ano. O grupo emprega 2,4 mil pessoas e opera cinco unidades industriais, instaladas em Itumbiara e São Simão, em Goiás, Apucarana (PR), Petrolina (PE) e Fortaleza (CE). O salto das vendas para o mercado externo levou o grupo a arrendar áreas e instalações em Santos.
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