O representante do Banco Mundial (Bird), Jorge Rebelo, quer que os sistemas metroferroviários do Brasil recebam 300 trens novos nos próximos cinco anos. O apelo foi feito em outra ocasião ao ministro das Cidades, Marcio Fortes, e repetido nesta quinta-feira (6) durante palestra no seminário da feira Negócios nos Trilhos, em São Paulo. “Estes trens seriam distribuídos aos operadores, sempre visando melhorar as condições de vida das classes menos favorecidas”, disse Rebelo, que há 16 anos participa ativamente dos financiamentos para o setor ferroviário.
Rebelo disse que no momento há dois projetos financiados pelo banco: a 2ª fase da construção da Linha 4 do Metrô de SP e a compra de 30 novos trens para o Rio de Janeiro, a serem operados pela SuperVia. Ele também comemorou o início do alinhamento entre prefeitura e Governo do estado do Rio de Janeiro, onde o candidato vencedor das eleições municipais, Eduardo Paes, é do mesmo partido do governador Sergio Cabral, a quem Rebelo fez um elogio: “Os primeiros recursos obtidos por Cabral foram utilizados para o transporte de massa”, afirmou, celebrando também o fim do que ele classificou como “guerrinhas”, se referindo a falta de diálogo entre o governador do Rio e o atual prefeito César Maia. “Em São Paulo já havia esse entendimento, e agora veremos isso no Rio”, completou.
Sobre a licitação dos 30 trens novos para o Rio, Rebelo disse que o edital deve ser divulgado na próxima semana, e adiantou que não haverá preferência doméstica na escolha do fornecedor, o que poderia dar vantagem aos fabricantes instalados no país.
Ao final da palestra, Rebelo disse que o momento por que passa o setor é “mágico”, que estamos “surfando em uma onda de otimismo”, e reafirmou o interesse em projetos de compra de trens, mas pediu uma contrapartida: “Nós também queremos que as operadoras pratiquem tarifas mais baixas, de acordo com o poder aquisitivo dos mais pobres”.
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