Estadão (Artigo) – A sabedoria por trás dos ditos populares recomenda prestarmos atenção às oportunidades. Diz um provérbio árabe: “O maior erro é a pressa antes do tempo e a lentidão ante a oportunidade”. Serve, em especial, para o mundo dos negócios e da política, onde timing e estratégia são fatores decisivos.
No contexto da infraestrutura de transportes, estamos diante de uma janela de oportunidades. Em entrevista veiculada neste O Estado de S.Paulo, o senhor Miguel Setas, CEO do Grupo CCR, antevê o início de um “superciclo” de investimentos no País. Temos a mesma convicção e expectativa.
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O ano de 2023 marcou a retomada das obras no País. O volume de recursos para a infraestrutura cresceu 20%, puxado pelo setor público e com destaque para o dinheiro privado das concessões e PPPs, conforme levantamento da ABDIB. Com os novos pilares da economia sustentando a queda dos juros, as perspectivas para este 2024 são bastante animadoras.
Estão previstos, por meio do novo PAC, R$ 280 bilhões em obras estruturantes e novos ramais rodoviários e ferroviários, até 2026. Além da carga, a operação com trens de passageiros terá um modelo diferenciado que viabilize a sua expansão.
Sabemos que sem uma política equilibrada, flexível e efetiva de parcerias, o futuro promissor que vislumbramos não passará de uma miragem. Por isso, o governo federal vem aperfeiçoando mecanismos de proteção e tornando os contratos mais flexíveis e atrativos.
Em meio à tempestade de areia que encobre o horizonte das finanças globais, o Brasil surge como um oásis de estabilidade e previsibilidade para o dinheiro de longo prazo. A conjunção entre indicadores econômicos favoráveis, política de concessões arrojada e abertura de novas frentes de investimento com base na sustentabilidade socioambiental fazem deste País o lugar ideal, dentre os emergentes, para celebrar negócios em parceria.
Modernizar a logística, reduzir custos e aumentar a competitividade da economia são tarefas urgentes. O cavalo está passando encilhado, o que requer uma resposta ágil do mercado. Saber a hora certa de agir é uma arte. Entre a pressa e a lentidão, no entanto, há um ponto de não retorno. Na dúvida, o governo está sempre aberto ao diálogo.
Em busca do tempo perdido, o Brasil caminha para se tornar referência em infraestrutura de transportes na América Latina. Ao final do dia, desejamos vislumbrar, através dessa janela de oportunidades histórica, uma nação, e por que não um continente, mais integrado, eficiente, generoso e preparado para os desafios globais do século 21.
Análise por George Santoro
Secretário-executivo do Ministério dos Transportes
Fonte: https://www.estadao.com.br/economia/tempo-perdido-brasil-investimento-transportes/
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