Metrô CPTM – O Metrô de São Paulo, representado por seu presidente, Julio Castiglioni, recebe nesta sexta-feira, 26, em Guang’an, na China, o primeiro dos 14 trens de monotrilho da Linha 17-Ouro.
A composição da BYD SkyRail está em testes há vários meses e finalmente será preparada para envio ao Brasil por navio. A previsão de chegada ao Porto de Santos é no mês de julho, um pouco mais tarde do que havia sido anunciado.
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Segundo o Metrô, o cronograma prevê a chegada do segundo trem ainda este ano e os demais sendo entregues no Brasil gradativamente em 2025.
“Após os procedimentos de liberação aduaneira, o trem será transportado ao Pátio Água Espraiada para a montagem e início dos protocolos de testes, que garantem os certificados de segurança e a liberação para a operação, no processo chamado de comissionamento”, explicou a companhia.
Vários entraves antes da fabricação
A entrega do primeiro trem da Linha 17 ocorre após um longo processo de idas e vindas. Inicialmente os trens deveriam ter sido fabricados pela empresa Scomi, da Malásia, que era parte do consórcio original responsável pela implantação do ramal.
A fabricante, no entanto, passava por dificuldades financeiras até quebrar. Na gestão do ex-governador João Doria (na época no PSDB), foi decidido lançar uma nova licitação em 2019, que englobava todos os sistemas.
Foi quando surgiu um grupo aventureiro bancado pelo empresário Sidnei Piva, conhecido por assumir empresas em dificuldades. Ele juntou duas delas, a T’Trans e a Bom Sinal, ambas em recuperação financeira, e a empresa austríaca Molinari para formar o Consórcio Signalling.
Sem nunca ter fabricado um monotrilho, as três empresas usaram o espólio da Scomi para oferecer um projeto temeroso e que acabou sendo a proposta mais baixa da licitação, pouco menor que a da BYD.
O Metrô, no entanto, considerou que a Molinari não possuía experiência prática em sistemas de sinalização e desclassificou o consórcio.
Não satisfeito, Piva e sua equipe entraram na Justiça para barrar o contrato assinado com a BYD em 2020, então escolhida como vencedora. O imbróglio atrasou ainda mais o processo de fabricação, mas uma decisão do Superior Tribunal de Justiça deu luz verde ao projeto.
Vitrine do monotrilho
A BYD quer usar a Linha 17-Ouro como vitrine de sua tecnologia, que precisou ser adaptada para funcionar sobre vias projetadas pela Scomi. A empresa acabou desistindo de implantar um sistema semelhante na Bahia, chamado erroneamente de VLT.
Além de fabricar os trens, a BYD está realizando a instalação de sistemas, colocação de dutos e cabeamento de alimentação elétrica, instalação dos trilhos de captação de energia, além de trabalhos na China, como a fabricação de portas de plataforma e subestação primária isolada a gás.
A meta é que a obra bruta do trecho prioritário fique pronta até o final de 2025, permitindo o avanço da instalação de sistemas para a abertura da linha em 2026, que vai ligar o Aeroporto de Congonhas às linhas 9-Esmeralda e 5-Lilás.
Serão beneficiados 100 mil pessoas diariamente em sua fase inicial.
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