Road show na Espanha

Jurandir Fernandes – secretário de Transportes Metropolitanos de São Paulo


Os investidores espanhóis ouviram no último dia 15 uma apresentação feita em Madri pelos secretários paulistas Jurandir Fernandes, dos Transportes Metropolitanos, e Martus Tavares, do Planejamento. Os dois secretários falaram no Icex – Instituto Espanhol de Comércio Exterior — sobre as oportunidades de investimento abertas pela CPP, Cia. Paulista de Privatizações. A Linha 4 do Metrô de São Paulo foi mostrada como o projeto mais avançado e pronto para receber as propostas dos investidores em 10 de março. Isto se não houver adiamento:

“Alguns investidores estão achando o prazo muito curto”, admitiu Jurandir.

Quase todos já conheciam bem o projeto, que teve a audiência pública em 19 de outubro. Entre os participantes da reunião estavam a Alcatel Espanha; a Alstom Transport, representada por seu diretor geral do Brasil, Ramon Fondevila; a Ineco, consultora derivada da Renfe e que executou o estudo do Expresso Bandeirantes, a Amurrio, a CAF, a KPMG, a Telefônica, a Mafex e a própria Renfe. Entre 2001 e 2004 a Espanha acumulou o segundo maior estoque de investimentos diretos no Brasil – principalmente em bancos e telefonia. O Brasil é atualmente um dos nove países prioritários para investimentos da Espanha. Só para o ano que vem o Icex tem um orçamento de 50 milhões de euros destinado à realização de estudos, promoção comercial e financiamento às exportações espanholas para o Brasil.

Mas o secretário de Planejamento falou também de projetos menos conhecidos e já enquadrados pelo conselho gestor da CPP: o Corredor de Exportação de Santos e São Sebastião, que compreende a duplicação da Rodovia dos Tamoios (SP 099), um novo acesso a Caraguatatuba e São Sebastião e a construção, em São Sebastião, de um novo píer para embarque de veículos, no valor total de US$ 240 milhões; o Corredor Nordeste de Campinas, uma autoestrada só para automóveis e ônibus entre Campinas, Hortolândia, Sumaré, Nova Odessa e Americana, no valor de US$ 53 milhões; e um sistema de ferryboats capaz de transportar cinco mil automóveis por dia, no valor de US$ 36 milhões. Falou também do Expresso Aeroporto/Trem de Guarulhos, capaz de transportar 126 mil passageiros/dia, com 31 km de extensão, a maior parte sobre faixa da CPTM (ver as apresentações do seminário Trem de Aeroporto, em Eventos Anteriores). Segundo Martus o custo do projeto será de US$ 739 milhões de dólares, e ele ainda está em fase de avaliação pelo comitê gestor para verificar se é capaz de atrair investidores privados.

Jurandir Fernandes falou do segundo projeto de trem rápido intermunicipal paulista, o Expresso Bandeirantes, este diretamente vinculado aos espanhóis, visto que o estudo de viabilidade foi realizado pela Ineco por meio uma doação de 300 mil euros do governo da Espanha. Explicou que entre São Paulo, Jundiaí e Campinas moram 23 milhões de habitantes, e que 106 mil passageiros se deslocam todo o dia ao longo do corredor, sendo 88,8 % de carro, 9,8 % de ônibus e 7,3 % em ônibus fretado. O trajeto terá 92 km, sendo 24 km sobre uma variante a ser construída, que permitirá a velocidade máxima de 160 km/h. A velocidade comercial será de 110 km/h, permitindo fazer o trajeto em 50 minutos. O restante do percurso será feito sobre a faixa da CPTM. O fabricante do material rodante não está definido, mas na apresentação foi mostrado como exemplo um trem da série 598 da CAF, com capacidade para 564 passageiros sentados. Está previsto que 80 % do valor do material rodante e sistemas será fornecimento internacional. O serviço começa em 2010, com 99 carros, e evolui até uma frota de 150 carros em 2040. O custo de implantação será de 880 milhões de euros, a tarifa de R$ 10,30 e a taxa interna de retorno para o concessionário de 14,8 %.

“Só será possível com uma PPP onde o Estado de São Paulo construirá a infra-estrutura e o parceiro privado fornecerá o material rodante e sist

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Fonte: Folha de São Paulo

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