O presidente da CVRD, Roger Agnelli, admitiu nesta segunda-feira, dia 05, o interesse da companhia na compra das participações acionárias da Funcef, da Previ e do BNDES na Brasil Ferrovias — cerca de 90% do capital votante. “Sem dúvida, a Brasil Ferrovias possui um corredor, um mercado potencial bastante interessante. Estamos investindo muito em logística nos últimos anos, temos melhorado bastante as condições das vias permanentes, dos equipamentos e a Brasil Ferrovias por si só já interessa qualquer investidor que atue no campo da logística. Vamos avaliar com toda a cautela possível, temos interesse em tudo aquilo que for logística, principalmente aqui no Brasil”, disse o executivo durante o almoço de confraternização com a imprensa.
Na avaliação de Agnelli, a operação da Brasil Ferrovias tem sinergia com as operações da CVRD. “É um projeto interessante e vamos olhar sim com bastante carinho”, disse ele. Responsável pela operação de dois importantes corredores logísticos para exportação — passando por 158 municípios em São Paulo, 19 no Mato Grosso do Sul e três no Mato Grosso —, a BF teve seu processo de venda iniciado no último dia 28, com a abertura da lista para distribuição do “sell book” (livro de venda com as informações da companhia) aos grupos interessados, mediante a assinatura de um acordo de confidencialidade. A distribuição ocorreu hoje e a CVRD estava entre os interessados que assinaram o acordo.
De acordo com o cronograma da operação, que está sendo coordenada pela Angra Partners (representante da Funcef e Previ que, juntas, detêm cerca de 50% do capital votante) e pela BNDESpar ( 43,5% do capital votante), em 3 de janeiro a distribuição estará encerrada e em 13 do mesmo mês os investidores pré-qualificados terão acesso ao “data-room”, com todas as informações relevantes sobre a empresa. Os interessados farão então suas propostas indicativas de preço (não são obrigados a manter o valor da oferta).
O executivo também destacou o interesse da companhia no projeto da Norte-Sul, cujo primeiro trecho concluído — de Estreito na Açailândia (MA) — é hoje operado pela CVRD. Este trecho se conecta com E.F. Carajás, permitindo o acessso ao Porto de Itaqui, em São Luís.O traçado total da Norte-Sul terá 1.550 km, saindo de Açailândia (MA) a Anápolis (GO). Para a sua finalização são necessários recursos da ordem de R$ 3,6 bilhões.
Depois de avaliar a conclusão do projeto via PPP, o governo estuda agora a possibilidade de viabilizar a construção da ferrovia através do concessionamento ao futuro operador. A Vale é potencial interessada.
`Essa área é uma área (de logística) em que a CVRD tem uma vocação natural, tem investimentos fortes. A CVRD tem condições de melhorar e reduzir custos nessa área.`
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