O Metrô de São Paulo, controlado pelo governo do estado, aposta alto em uma estratégia para minimizar os seus sucessivos prejuízos. Desde 1995, a estatal passou a ganhar dinheiro com aluguel de espaços para o comércio, venda de mídia publicitária e concessões de terrenos que abrigam shopping centers e até mesmo rodovias como a Tietê e a Jabaquara.
A próxima investida será terceirizar a administração do espaço comercial da estação da Sé, uma das mais movimentadas. Um edital de licitação de concorrência será publicado até o fim de fevereiro.
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“Queremos ter um projeto em parceria com a iniciativa privada”, diz Rossana Vanini Dal Colletto, assistente da gerência de comercialização e novos negócios do Metrô. A Sé, por onde passam 650 mil usuários por dia, será a primeira de uma série de parcerias público-privadas.
Quem vencer a licitação, fará reformas no local: organizando, integrando o comércio à estação e criando infra-estrutura para lojas, estandes, entre outras áreas comerciais. “A empresa ficará, no mínimo, dez anos com a administração da estação”, diz Rossana.
Passageiros é que não faltam para o comércio nas estações. São 2,5 milhões de usuários diários que passam, segundo estimativa do Metrô, 40 minutos por viagem dentro da estações. Apesar do novo braço de negócios, a venda de bilhetes ainda respondem por 95% da receita, de R$ 968 milhões no ano passado.
Dentro das estações de metrô, os usuários aproveitam o tempo – não só utilizando o rápido meio de transporte -, mas também fazendo compras. Entre uma baldeação e outra, podem comprar refrigerantes, cartões de recarga para telefone celular, bijuterias, brinquedos e livros em máquinas. Lojas de roupa e acessórios, lanchonetes, entre outros serviços são outras opções.
Para aumentar a arrecadação de verbas, o Metrô tem investido no varejo. Em 2003, a empresa decidiu assumir a venda do espaço publicitário nas estações – que antes era terceirizada. No ano seguinte, a receita cresceu 25,7%, passando de R$ 33,9 milhões em 2003 para R$ 42,6 milhões no ano seguinte. O montante equivale a 5% da receita total da empresa. Esse número já foi bem menor: somou R$ 22 milhões em 1999.
As máquinas de produtos são importantes para os negócios. Mas representam pouco perto do que a estação pode oferecer. A locação do metro quadrado para máquinas é de R$ 530 mensais. Enquanto que as empresas administradoras dos shoppings – que tem concessão de 50 anos sobre o local – chegam a pagar, por mês, até R$ 540 mil – valor que varia de acordo com cada empreendimento.
Hoje, dois shopping centers construídos foram construídos ao lado de estações de metrô, como o Shopping Tatuapé e o Shopping Santa Cruz. O shopping Itaquera será inaugurado em outubro de 2007 e o de Tucuruvi no ano seguinte.
As lojas nas estações também oferecem comodidade aos usuários. Ao todo, são 60 áreas que são locadas – no momento, 21 dessas lojas estão sendo licitadas.
O Metrô pretende desenvolver ainda o comércio na linha lilás (Capão Redondo – Chácara Klabin), ainda incipiente. Das 48 estações restantes, exceto a Tietê não possui comércio permanente, por ser muito pequena.
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