Cerca de 500 índios de oito etnias voltaram a bloquear a Estrada de Ferro Carajás ontem, depois que fracassou a negociação com a Fundação Nacional da Saúde (Funasa) e a Fundação Nacional do Índio (Funai). O grupo, que estava reunido em Alto Alegre do Pindaré, protesta contra a situação da saúde nas 17 reservas do Maranhão. Reivindica a reorganização dos distritos especiais de saúde, distribuição de remédios e presença de médicos nos postos das aldeias. Querem ainda um inventário das terras e a garantia de que a fiscalização dos limites será feita pelos índios.
A ferrovia foi bloqueada com toras de madeira e peças de metal no mesmo trecho ocupado há uma semana. Com arcos e flechas e algumas armas de fogo, o grupo avisou que a ocupação é por tempo indeterminado. Segundo representantes do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), os índios ameaçam ampliar o protesto.
Três representantes de Funai e Funasa foram para a região num helicóptero da polícia maranhense, para tentar retomar o diálogo. Os índios alegam que suas exigências não foram cumpridas: a presença do presidente da Funasa, Paulo Lustosa, e o afastamento do coordenador da fundação, Zenildo de Oliveira dos Santos. Mas Lustosa disse a uma rádio local que Zenildo deve ser substituído por Marconi José Cardoso Ramos, da Universidade Federal do Maranhão.
POD NOS TRILHOS
- Investimentos, projetos e desafios da CCR na mobilidade urbana
- O projeto de renovação de 560 km de vias da MRS
- Da expansão da Malha Norte às obras na Malha Paulista: os projetos da Rumo no setor ferroviário
- TIC Trens: o sonho começa a virar realidade
- SP nos Trilhos: os projetos ferroviários na carteira do estado
A Companhia Vale do Rio Doce, dona da ferrovia, informou que o trem de passageiros que saiu de Parauapebas para São Luís teve a viagem interrompida em Açailândia. A empresa está fazendo o transporte por ônibus.
Há uma semana, índios interditaram a ferrovia por 48 horas. O grupo fez 5 funcionários da Vale reféns. Libertou-os na quarta-feira, mas sexta-feira tomou 2 funcionárias da Funasa como reféns.
Seja o primeiro a comentar