A cidade de Natal será a primeira do Brasil a receber os veículos leves sobre trilhos (VLTs), trens urbanos especiais. A notícia foi divulgada durante o seminário de transporte e desenvolvimento urbano integrado ‘‘Natal nos trilhos’’ promovido pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), que começou segunda-feira e terminou ontem, no hotel Imirá.
Os VLTs são trens urbanos menores, movidos a diesel, que utilizarão as mesmas linhas de trem atualmente existentes. De acordo com dados da CBTU, a região metropolitana de Natal possui 56 quilômetros de linhas férreas em condições de uso, fazendo as ligações de Natal a Ceará Mirim, e Natal para Parnamirim. As principais vantagens para a população incluem ter transportes velozes, com ar-condicionado e mais confortáveis.
Segundo o chefe do departamento de material rodante e oficinas da CBTU, Sylvio César Mesquita dos Santos, o principal fator para acelerar as obras é o interesse público e político. ‘‘Não adianta fazermos todos os projetos e os políticos locais não se interessarem por levar essa idéia adiante, senão os natalenses sairão prejudicados’’, declarou Sylvio. Ele explicou também que os VLTs brasileiros serão construídos adaptados à nossa realidade, com bitola (distância entre os trilhos) de um metro, e com capacidade para aceitar biodiesel como combustível. A bitola brasileira é menor que a estadunidense, européia ou japonesa, pois nessas regiões a distância entre os trilhos é de 1,44 metros.
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Sylvio César explicou ainda que o projeto está em acordo com normas internacionais de proteção contra poluição do meio ambiente: ‘‘Está tudo pronto de acordo com os protocolos de Kyoto e Euro-3 para preservação ambiental. Isso resulta na melhora das condições de vida para a população’’ explica Sylvio.
O custo de implantação do sistema é de aproximadamente R$ 167 milhões, de acordo com a chefe do departamento de projetos especiais do CBTU, Luciana Costa Brizon. ‘‘Nesta previsão estão incluídos os custos com a compra dos VLTs, remodelação das vias ferroviárias e reforma dos terminais. Só a compra de 12 VLTs custará cerca de R$ 60 milhões (R$ 5 milhões por veículo). Precisamos apenas que os políticos locais dêem ênfase ao projeto’’ esclarece Luciana Brizon.
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