Uma das obras elencadas como fundamentais pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, o ferroanel de São Paulo pode sair do papel ainda este ano. O ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passo, afirmou que o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) está finalizando o estudo econômico do projeto.
“Acredito que no decorrer do próximo ano já possamos iniciar as obras do ferroanel. O que está pendente é a forma para financiar a obra. Há várias possibilidades, como PPP (Parceria Público-Privada), subconcessão ou até mesmo a fórmula que foi utilizada para a Transnordestina”, disse o ministro Passos.
Serão construídos 63 quilômetros de ferrovia ligando Itaquaquecetuba a Campo Limpo Paulista. A obra está orçada em R$ 900 milhões e segundo o presidente da MRS Logística, empresa que tem o direito de concessão do trecho, Júlio Fontana, terá capacidade de transporte de 10 milhões de toneladas por ano. “Este é o grande gargalo da ferrovia no País. Isso porque atualmente trafegamos em um trecho operado também pelo trem de passageiros”, disse Fontana.
POD NOS TRILHOS
- Investimentos, projetos e desafios da CCR na mobilidade urbana
- O projeto de renovação de 560 km de vias da MRS
- Da expansão da Malha Norte às obras na Malha Paulista: os projetos da Rumo no setor ferroviário
- TIC Trens: o sonho começa a virar realidade
- SP nos Trilhos: os projetos ferroviários na carteira do estado
Segundo ele, o transporte de carga é feito somente de meia-noite às quatro horas da manhã. “Isso com limite de capacidade e tamanho das composições”, acrescentou o executivo.
Fontana acrescenta que a companhia já realizou todos os estudos e aguarda somente a definição do modelo de investimento para iniciar as obras do ferroanel.
Investimento sem retorno
“A MRS tem crédito, mas é um tipo de investimento que não tem retorno para o acionista. Então, sozinho, sem um tipo de acerto será difícil”, disse o executivo. “PPP ou outro tipo de investimento que desonere a concessão, são alternativas viáveis”, ressaltou Fontana. Pela fórmula de investimento utilizada na Transnordestina, sugerida pela ministro dos Transportes, os recursos são aportados pela Companhia Ferroviária do Nordeste (CFN), pelo BNDES, Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação (FNDE) e do Fundo de Investimentos do Nordeste.
“Como o ferroanel é prioridade para o segundo mandato, a definição sairá logo”, afirmou o ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos.
Seja o primeiro a comentar