A Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre S.A. (Trensurb) opera hoje uma única linha de 33,8 quilômetros entre Porto Alegre e São Leopoldo, passando por outros três municípios da região metropolitana, e tem os seus dois projetos de expansão em marcha lenta ou travados pela burocracia. A ampliação da Linha 1 de São Leopoldo para Novo Hamburgo, com a construção de mais 9,3 quilômetros de malha, está parada desde 2001, aguardando um parecer do Tribunal de Contas de União (TCU) que à época questionou o valor da obra.
Desde então o projeto perdeu mais de R$ 100 milhões em recursos alocados por emendas de parlamentares ao Orçamento da União, o que pelos valores de 2001 corresponderia a cerca de 30% do custo do projeto. Já mostramos que o valor por quilômetro está certo, e esperamos que o TCU, no início de 2007, libere obra, diz o superintendente de Desenvolvimento e Expansão da estatal, Humberto Kasper, que prevê a conclusão do trabalho em quatro anos.
O investimento é recalculado em R$ 650 milhões. Bem mais ousado e complexo é o projeto do Metro de Porto Alegre, que teria diversos ramais em direção às áreas mais movimentadas da cidade e teria 70% da sua extensão subterrânea. Segundo Kasper, a Trensurb e órgãos da prefeitura e do governo estadual estão concluindo um estudo estratégico que aponta para a necessidade do metrô. Os primeiros estudos datam de 1995, mas não andaram porque cada esfera de governo tinha idéias conflitantes.
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Com um plano unificado, Kasper acredita que, sendo otimista, ano que vem seria possível começar a buscar financiamento internacional para obra, que teria um total de 33 quilômetros de malha, para ser concluído até 2033, em três fases. O valor estimado é de US$ 1,5 bilhão, sendo que a primeira fase, de 18 quilômetros, seria concluída até 2013 a um custo de US$ 900 milhões. Ainda estamos definindo as prioridades, mas acreditamos que as zonas sul e leste da capital seriam as mais necessitadas porque são as que estão crescendo mais. A zona norte, embora já esteja saturada, não cresce.
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