Os investimentos privados no setor ferroviário devem fechar este ano entre R$ 2,5 bilhões e R$ 3 bilhões, mantendo essa faixa no ano que vem, previu nesta segunda-feira o diretor geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), José Alexandre Nogueira Resende, em entrevista coletiva. De acordo com ele, as empresas de transporte ferroviário atualmente estão equilibradas, o que não acontecia em 2002.
Antes, em palestra no seminário Agências reguladoras: desafios para a consolidação, Resende declarou que faltam ferrovias no Brasil, mas foi enfático em dizer que não é responsabilidade dos concessionários criar novas ferrovias. De acordo com ele, na época da reestruturação da Brasil Ferrovias, isso foi tema de discussões tensas, inclusive com o presidente da República, até que ele percebeu. Resende afirmou ainda sobre a Brasil Ferrovias que quase que os contratos foram quebrados, quase que foram rompidos.
Uma estimativa parcial feita pela ANTT de qual o investimento necessário para fazer um trem-bala entre São Paulo e Rio de Janeiro foi citada por Resende como exemplo dos altos custos envolvidos para suprir essa deficiência de ferrovias no País: só a desapropriação custaria R$ 4,8 bilhões.
O diretor geral da ANTT contou também ter muitos problemas com transporte rodoviário de cargas com países vizinhos, principalmente do Mercosul. Toda semana tenho problemas com a Argentina. O último foi um pedágio para caminhões brasileiros passarem pela Argentina indo para o Chile. Um pedágio só para brasileiros, afirmou. Segundo Resende, a Argentina já aceitou não cobrar o pedágio.
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