O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que será divulgado hoje pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, incluirá pelo menos quatro obras para a construção de metrôs no país. A Linha 3 do metrô do Rio de Janeiro, no entanto, ficou de fora desses investimentos, calculados em cerca de R$ 3,1 bilhões nos próximos quatro anos. O governo buscou inserir apenas projetos de empresas que têm ou já tiveram ligação com a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) e, por causa disso, foram escolhidos os metrôs de Belo Horizonte (MG), Salvador (BA), Recife (PE) e Fortaleza (CE).
O financiamento do transporte público faz parte das ações em “infraestrutura social”, como classifica a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, uma das principais responsáveis pela elaboração do PAC.
Desde dezembro, a inclusão de obras do metrô vem sendo discutida pela equipe de Lula. O ministro das Cidades, Márcio Fortes, havia informado que o trecho ligando Niterói a São Gonçalo, com possível extensão a Itaboraí, estava na mesa de negociações. Com custo de R$ 1,3 bilhão, no entanto, a obra não contará com o apoio federal, pelo menos por enquanto.
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Além disso, o Executivo pretende investir em projetos já iniciados, de forma a otimizar os recursos, e não ter que ser responsabilizado pela paralisação de obras. O governo tem interesse também em repassar para a administração das prefeituras os metrôs de Belo Horizonte e de Recife.
Na capital pernambucana, onde estão previstos investimentos de R$ 360 milhões, a CBTU começou em 2006 a operação experimental do segundo trecho da linha Sul do Metrô, que tem cinco estações. Em Fortaleza, a Metrofor está implantando um sistema de trens metropolitanos que exigirá investimentos de R$ 604 milhões.
O Projeto Metrô de Salvador está sendo realizado pela prefeitura em parceria com os governos estadual e federal, a um custo orçado de R$ 505 milhões. O metrô de Salvador terá dois ramais, Norte-Sul e Leste-Oeste, com implantação completa do sistema até 2010. Para o metrô de Belo Horizonte, estão previstos R$ 214 milhões. Estão sendo construídos os trechos Eldorado-Vilarinho, Barreiro-Calafate-Hospitais, CalafateBarreiro e São Gabriel-Via Norte.
Construção de usina Angra 3 também não está incluída Na área de habitação, segundo uma alta fonte do governo, estão previstos financiamentos de R$ 106,3 bilhões.
Só com recursos da poupança serão R$ 50,4 bilhões. Para saneamento, estão reservados R$ 40 bilhões, divididos em partes iguais nos próximos dez anos. Ontem à noite, o presidente Lula iria se encontrar com os ministros Dilma e Guido Mantega (Fazenda) para bater o martelo.
A fim de tirar do papel os investimentos em infra-estrutura, ficou definida a capitalização da Caixa Econômica Federal, injetando algo próximo a R$ 5 bilhões, para dar mais fôlego de financiamento ao banco. Além disso, o governo quer usar recursos do FGTS para custear parte dessas ações.
Na área de energia, o PAC prevê investimentos de R$ 230 bilhões, levando em consideração o setor privado também. Entre os projetos listados, segundo técnicos do governo ligados ao assunto, estão a construção das usinas de Belo Monte e do Rio Madeira. Ficou de fora do PAC a construção da usina nuclear Angra 3.
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