O presidente da Ferroeste, Samuel Gomes, garantiu neste domingo (4) que a ferrovia paranaense estará apta até março para transportar a safra agrícola do Oeste do Estado. Três das 15 locomotivas da empresa Transferro já passaram por manutenção e estão operando. Nas próximas semanas, serão entregues as outras unidades. “Estamos com um plano emergencial para que até o dia 10 do mês que vem toda a frota esteja em dia com a sua manutenção”, disse Gomes.
A Ferroeste reassumiu a operação dos 248 quilômetros de trilhos entre Cascavel e Guarapuava em 18 de dezembro de 2006, por uma determinação judicial, após a falência da antiga subconcessionária, a Ferropar – Ferrovia Paraná. Na ocasião, 15 locomotivas estavam locadas junto à Transferro Operadora Multimodal. Pelo menos quatro e 40 vagões estavam paralisados.
A referida empresa, ligada à Ferropar, proibiu os seus mecânicos de fazer a manutenção das locomotivas avariadas e ameaçou retirar a frota em 48 horas. Em razão disso, para proteger os produtores que seriam prejudicados no momento do escoamento da safra, o governador Roberto Requião, através do decreto nº 10/2007, requisitou as locomotivas e demais equipamentos necessários à operação.
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Sabotagem – “Desde que reassumimos a nossa ferrovia, tivemos que derrotar atos de sabotagem de predadores que comandam a Ferropar, a Transferro e a Ferrovia Tereza Cristina. Para a infelicidade deles e de parte da imprensa que lhes dá voz e suporte, mantivemos a ferrovia em operação”, denuncia Samuel Gomes.
As locomotivas que não ficaram paralisadas estavam em má condição de manutenção. “Por isso, as locomotivas avariaram num curto período de espaço de tempo, levando-nos ao estado atual”, revela o engenheiro mecânico Saulo de Tarso Pereira, diretor de Produção da Ferroeste.
Esta constatação está fundamentada no registro de manutenção encontrado na sala das empresas. Sem os equipamentos de tração, aumentou o volume de vagões carregados nos dois pátios da ferrovia. Em média 190 unidades em Guarapuava e 160 em Cascavel permanecem estacionadas, de forma rotativa, nos pólos ferroviários de Cascavel e Guarapuava. “Estamos recuperando as locomotivas”, aponta Saulo Pereira.
Já a ALL (América Latina Logística), que operava o trecho da ferrovia, pediu autorização para tracionar vagões de seus clientes, em especial da multinacional Bunge. A Ferroeste autorizou o ingresso da empresa após a mesma comprometer-se a transportar também vagões de pequenos e médios produtores. “O privilégio das multinacionais que praticamente monopolizam a ferrovia acabou”, disse Samuel Gomes.
A Estrada de Ferro Paraná Oeste (Ferroeste) deu seguimento neste fim de semana à manutenção da frota de locomotivas da empresa Transferro para atendimento à safra agrícola de 2007 do Oeste do Estado. “Estamos desenvolvendo um plano emergencial para que, até o dia 10 de março, toda a frota esteja em dia com a sua manutenção”, explicou o engenheiro mecânico Saulo de Tarso Pereira, diretor de Produção da Ferroeste.
Para isso, foi contratada uma empresa especializada por três meses. Nos primeiros dias de atividade, duas unidades retornaram à operação. A previsão é que até esta segunda-feira (5) mais uma seja disponibilizada para o serviço.
Vagões terão prioridades na segunda etapa da manutenção
Dos 110 vagões locados pela Ferropar da Transferro e Ferrovia Teresa Cristina, empresas vinculadas aos mesmos donos da subconcessionária falida, apenas 63 estavam em condição de operação quando da falência da Ferropar. Outros 47 estavam avariados, alguns dos quais em péssimo estado.
Saulo de Tarso Pereira informou que ainda não foi feita uma análise mais profunda sobre a condição dos vagões. “Neste momento, o que nos interessa é ter locomotiva para fazer os vagões andarem. Na medida em que conseguirmos soltar as locomotivas, nossa atenção vai se voltar para os vagões, que não devem estar numa condição diferente
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