O volume de produtos movimentados pela Ferroeste em fevereiro de 2007 é o maior dos últimos cinco anos. No período foram transportados mais de 139,1 mil toneladas (média de 5 mil por dia), superando em 4% o desempenho de fevereiro do ano passado (134 mil toneladas). O volume transportado em fevereiro deste ano superou em 7% as 130,5 mil toneladas transportadas no mesmo mês desde 2003. O acumulado no primeiro bimestre de 2007 (somando as 109 mil toneladas de janeiro) aponta um total de 242 mil toneladas, alta de 9,6% em relação à média mensal de janeiro a outubro do ano passado (112 mil toneladas).
Os números são dos registros de operações da Ferroeste, empresa de economia mista que retomou o controle da ferrovia por ordem da Justiça em 18 de dezembro de 2006. Do total transportado em fevereiro deste ano, 83.736 foram no sentido exportação (Cascavel à Guarapuava) e 55.365 na importação (retorno). O volume de fevereiro poderia ser maior se houvesse mais vagões e locomotivas disponíveis, comenta o presidente da Ferroeste, Samuel Gomes.
Hoje a operadora conta com 60 vagões e 13 locomotivas da década de 1960 e com potência muito baixa. Caso a Ferropar, que explorava a ferrovia e teve a falência decretada pela Justiça, tivesse cumprido os acordos que assumiu, a ferroria teria à disposição 732 vagões e 60 locomotivas modernas. “A frota disponível é absurdamente inferior às necessidades da ferrovia. Teremos que trabalhar duro para sanar dez anos de pilhagem e paralisia. A produção atual é pequena, mas ainda assim, é superior à da empresa privada Ferropar”, disse Samuel.
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O aumento nos volumes transportados representa um sinal de que o Estado tem plenas condições de administrar a ferrovia. “A empresa privada tinha uma média, nos últimos anos, de 130 mil toneladas por mês. Nós aumentamos para quase 140 mil toneladas rapidamente”, observou Samuel Gomes.
Retomada – Os 248 quilômetros de trilhos da Ferroeste, entre Cascavel e Guarapuava, foram construídos em parceria com o Exército brasileiro, entre 1991 e 1994, no primeiro governo de Roberto Requião. O investimento foi de US$ 363 milhões – recursos exclusivamente do Estado. No final de 1996, após um ano de operação experimental, o ex-governador Jaime Lerner vendeu a subconcessão da linha férrea.
A Ferropar venceu o leilão como única participante, pagando o lance mínimo de R$ 25,6 milhões. A empresa perdeu o direito de operar o transporte no dia 16 de dezembro de 2006, quando teve sua falência decretada pela Justiça. Nos dez anos de privatização, o grupo deixou de cumprir uma série de cláusulas previstas na licitação e pagou menos de 5% do valor estipulado, acumulando hoje uma dívida de R$ 83 milhões com o Estado.
No período em que foi administrada pela Ferropar, a ferrovia deixou de transportar cerca de 20 milhões de toneladas. Da previsão contratual de 31 milhões, apenas 11 milhões foram movimentadas, gerando prejuízo de R$ 370 milhões aos produtores do Oeste do Paraná – cerca de R$ 140 milhões apenas com pedágio rodoviário.
Manutenção – Um problema afetou o transporte pela Ferroeste no início do mês passado: equipamentos avariados precisaram ser encostados. A Transferro, que era responsável pela manutenção das locomotivas, proibiu seus funcionários de entrarem na oficina de Guarapuava logo após tomar conhecimento da falência da Ferropar. A Ferroeste precisou contratar emergencialmente mão-de-obra para deixar os equipamentos em condição de tração. O trabalho foi concluído no dia 12 de fevereiro. “Esta produção de fevereiro é um sinal de que a Ferroeste é viável e que estamos contribuindo para reduzir as dificuldades dos produtores com transporte neste momento de safra”, destaca Samuel.
“Precisamos de mais eficiência com o gerenciamento correto e inteligente dos ativos que temos. Por outro lado queremos que a ALL (América Latina Logística) estabeleça, juntamente com a Ferroeste e o Porto de Paranaguá, um compromisso de apo
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