Uma das principais obras previstas para o Paraná, no Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), poderá ser revista a pedido do governador Roberto Requião. De acordo com o ministro do Planejamento Paulo Bernardo, a ligação ferroviária entre Guarapuava e Ipiranga, proposta pela ALL (América Latina Logística), poderá ser substituída pelo trecho alternativo entre Guarapuava, Irati e a estação Engenheiro Bley, no município da Lapa (Região Metropolitana de Curitiba).
A linha férrea, de aproximadamente 220 quilômetros, é fundamental para concretizar o Corredor Oeste – ligação ferroviária da região Oeste ao Porto de Paranaguá, no litoral do Paraná. “A obra está prevista no PAC. Nós estávamos prevendo fazer o trecho Guarapuava até Ipiranga, mas tivemos um pedido governador Requião para estudar um traçado alternativo e fazer para a Lapa”, declarou Bernardo nesta quinta-feira (1º de março), durante o Fórum Regional Sul do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES).
Segundo o ministro, o projeto definitivo do trecho ferroviário não está concluído. “E nós topamos discutir, fazer algumas reuniões. Os ministérios dos Transportes e Planejamento estão participando, se for chegar a uma conclusão que é viável, principalmente se for melhor, podemos fazer neste novo traçado”, revelou.
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A idéia é concluir os estudos e licitar a linha férrea ainda neste ano garante Bernardo. “Para construir ainda neste período de governo (nos próximos quatro anos)”, assegura. O objetivo, segundo ele, é aproveitar as discussão do Fórum para resolver de que forma será equacionada a via de trem para o Oeste.
Gargalo – A ferrovia alternativa foi defendida na reunião pelo presidente da Ferroeste, Samuel Gomes. A estrutura vai contribuir para superar o “gargalo ferroviário” que existe no Paraná. A linha férrea atual, que liga Guarapuava a Ponta Grossa, tem mais de 50 anos e um traçado impróprio para o transporte de cargas devido o raio das curvas muito fechados e rampas acima das especificações adequadas.
“Efetivamente não é possível desenvolver a ferrovia para o Oeste do Paraná, sem que isto seja solucionado”, disse Samuel. Ele informou já ter conhecimento de que a discussão foi tratada pelo governador Requião e o ministro Paulo Bernardo. “Mas vim fazer um registro como presidente da Ferroeste e representando um grande leque de entidades, para que a ligação seja executada entre Guarapuava e Lapa ao invés de Guarapuva e Ipiranga”, concluiu.
Ferroeste quer ferrovia em nova ponte entre Brasil e o Paraguai
Samuel aproveitou a ocasião para discutir a questão da nova ponte internacional na região de Foz do Iguaçu. “O PAC inclui corretamente a necessidade desta ponte, todavia o memorando de entendimento entre os presidentes Nicanor Duarte Frutos (Paraguai) e Lula (Brasil) previa que ela seria rodoferroviária e feita pela iniciativa privada. Quando o DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte) fez o pré-estudo de viabilidade, verificou que não seria possível fazer e a mesma teria que ser bancada por dinheiro público”.
Na avaliação do presidente da Ferroeste, fato a exclusão da ferrovia na ponte ocorreu por uma questão financeira e não logística. “Isto me parece um erro estratégico grave com repercussões para o Paraná muito sérias”. A avaliação vai de encontro ao projeto do Ministério dos Transportes, em parceria do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), para desenvolver o transporte hidroviário no Lago de Itaipu e rio Paraná.
Os estudos do impacto da nova modalidade de transportes estão sendo bancados pelo BID (Bando Interamericano de Desenvolvimento) ao custo de US$ 943 mil. “O Porto de Paranaguá pode perder competitividade na atração daquelas cargas do Oeste do Paraná que seriam, em tese cativas, mesmo do Paraguai e do Noroeste da Argentina”, alertou.
Samuel informou que a reivindicação tem apoio de várias lideranças e entidades da região e do Par
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