De outubro do ano passado a junho deste ano, 1.358 vagões foram recuperados ou transformados pelas oficinas da ALL em Rio Claro, Sorocaba (SP), Ponta Grossa e Mafra (PR). Somente em Rio Claro, onde são reformados os vagões de bitola larga (distância de 1,60 metro entre os trilhos), foram 239 ativos. Em Sorocaba, no mesmo período, foram 391 vagões de bitola estreita (distância de um metro entre os trilhos). Cerca de R$ 100 milhões já foram investidos pela companhia no Programa de Recuperação de Vagões e Locomotivas, que tem como objetivo aumentar o número de ativos e melhorar a operação ferroviária.
Quando assumiu o controle das ferrovias Ferroban, Ferronorte e Novoeste, em maio do ano passado, a ALL, além de receber a malha em condições precárias de manutenção, encontrou 42% dos vagões sem possibilidade de uso. Eram 5,3 mil vagões parados em oficinas e ao longo do trecho por aguardarem peças para manutenção ou, ainda, por estarem acidentados e esperando, há anos, por reparos.
Destes 5,3 mil vagões, cerca de três mil eram considerados sucatas e seriam devolvidos ao controle da Rede Ferroviária Federal. Depois de uma detalhada análise, a empresa concluiu que era possível a recuperação desses ativos e iniciou, então, o programa.
Muitos dos ativos estavam parados há mais de 10 anos e já haviam se transformado em esconderijos para marginais e usuários de drogas, o que gerava reclamações de vários municípios.
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Estamos tirando os vagões e locomotivas que estavam abandonados pelo trecho. Com isso, além de aumentar o número de ativos na operação ferroviária, o que melhora a circulação e possibilita o crescimento do volume transportado por ferrovia no Brasil, a ação também atende a um pedido de várias cidades, explica Raimundo Pires da Costa, diretor de Operações da ALL.
O mesmo aconteceu com as locomotivas. No mesmo período, as oficinas de Araraquara e Curitiba, recuperaram 65 ativos.
Investimentos
A ALL irá investir, neste ano, cerca de R$ 550 milhões em toda a sua malha. Serão recuperados 1.800 vagões da chamada frota morta da antiga Brasil Ferrovias, além da troca de 20 mil toneladas de trilhos e instalação de 340 detectores de descarrilamento. De junho a dezembro do ano passado, a empresa investiu R$ 120 milhões no trecho das ferrovias Ferroban, Ferronorte e Novoeste.
Além disso, também foram instalados computadores de bordo em todas as locomotivas, o que permite maior controle e segurança na condução do trem. Na Malha Sul (SC, PR e RS), onde está instalado desde 2002, o equipamento contribuiu para reduzir de 87 ocorrências para cada milhão de quilômetro percorrido pelo trem para apenas 12,2 no último ano. Na malha adquirida em maio do ano passado, a ALL já conseguiu reduzir de 170 (em maio de 2006) para 64 ocorrências (índice do 1º trimestre deste ano) para cada milhão de quilômetro percorrido. Para este ano, a meta é reduzir em 50% as ocorrências.
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