A implantação do segundo trecho do metrô de Salvador foi cobrada ontem na sessão da Comissão de Desenvolvimento Urbano da Câmara dos Deputados, que discutiu o equipamento na Bahia, em Belo Horizonte (MG) e Recife (PE). A necessidade de ampliação do metrô baiano do Acesso Norte a Pirajá como único meio de viabilizá-lo econômica e socialmente foi destacada pelo deputado federal Nélson Pelegrino (PT), pelos vereadores Jorge Jambeiro (PSDB) e Palhinha (PSB) e pela delegação do Movimento em Defesa do Metrô de Salvador. “Ficou claro para todo mundo aqui que o metrô só tem razão indo até Pirajá”, disse Pelegrino, que propôs a sessão.
Convidado ao debate, o presidente da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), João Luiz da Silva Dias reiterou que o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) destina mais de R$400 milhões. “Só não disse quando. Essa foi uma pergunta que ficou sem resposta”, criticou Jambeiro, que preside a Comissão de Transportes, Trânsito e Serviços Municipais da Câmara de Salvador, também representada pelo vice-presidente, Palinha (PSB).
No primeiro governo Lula, o projeto original do metrô baiano foi reduzido de 12 para seis quilômetros, limitando o projeto, que passou a ser chamado de metrô ‘calça-curta’. Coordenador do Movimento em Defesa do Metrô, Joceval Elias Tibúrcio lamentou a informação de que os recursos do PAC estão previsto para 2010.
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“É um absurdo, uma catástrofe. Nós interpelamos o presidente da CBTU e mostramos a ele que Salvador é a terceira maior capital brasileira em população e a única grande cidade sem metrô”.
Apesar de parte envolvida na obra, o movimento social não foi oficialmente convidado para a sessão da Comissão de Desenvolvimento Urbano. De acordo com Pelegrino, João Dias prometeu verba federal para a compra de seis veículos do metrô, que se somará aos seis assegurados pelo governo estadual.
De acordo com outro coordenador do Movimento em Defesa do Metrô, Afonso Celso Rocha, o grupo gastou dois dias e R$600 em recursos próprios para comparecer ao encontro no Congresso.
Comerciantes e vereadores colaboraram com o rateio. Participaram dos debates 15 membros do movimento e três líderes comunitários de Pirajá. Rocha também cobrou a liberação imediata dos recursos para a etapa que complementará o metrô ‘calça-curta’. “A Bahia sempre teve carinho com o presidente Lula e o governador Jaques Wagner. Está na hora de eles retribuírem”, disse.
Para Palhinha (PSB), “o que a gente precisa é que o quanto antes seja assinado o convênio para a liberação dos recursos do PAC”. O vereador destacou que nova audiência sobre o metrô será promovida pela comissão, agora com a participação do presidente da CBTU. Um dos pontos da pauta será o subsídio ao projeto baiano, como já acontece em Belo Horizonte e Recife.
Reiterando declarações anteriores, como as dadas no programa Fala Bahia Especial, da TV Salvador, Pelegrino previu que o metrô não será entregue em 2008, conforme acredita a prefeitura, pois o primeiro trem está previsto para julho e ainda há questões a serem resolvidas, como a forma que o sistema será operado. “Você pode ter estações inauguradas, festejar a chegada dos trens, mas metrô rodando só em 2009”.
Opinião semelhante tem o presidente da Comissão de Transportes, Trânsito e Serviços Municipais da Câmara de Vereadores, Jorge Jambeiro (PSDB). Para o vereador tucano, outra pergunta não respondida é quem vai pagar pelo período de treinamento de pessoal e experiência do modelo. A Companhia de Transportes de Salvador (CTS) enviou os dirigentes Sérgio Teles e Jackson Cerqueira, mas a reportagem não conseguiu contatá-los.
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