A construção da Ferrovia Norte-Sul já começa dar cara nova para o cerrado brasileiro, considerado durante anos uma área perdida para a economia nacional. A paisagem, com vegetação rasteira e pequenas árvores com troncos retorcidos, agora está cortada pelos trilhos de aço e a região, antes esquecida,
Eles estão sendo atraídos pelos benefícios logísticos da região. As vantagens estão nas opções de transportes do cerrado, que conta com hidrovia, rodovia e, agora, ferrovia. É a chamada multimodalidade, que reduz custos e dá mais competitividade ao produto, o diferencial no mundo globalizado.
A reportagem do Estado percorreu um trecho da Norte-Sul, entre Imperatriz (MA) e Araguaína (TO).Já no primeiro dia, no Distrito Agroindustrial de Porto Franco (MA), encontrou uma comitiva da Parmalat em visita a uma empresa recém-inaugurada na cidade para avaliar futuros projetos.
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O Distrito Agroindustrial já conta com empresas como Cargill, Bunge, Multigrains e ABC, do grupo Algar. Além disso, há projetos para a construção de duas indústrias de álcool de produtores paulistas, diz o vice-prefeito do município, Aderson Marinho Filho. Eles estão arrendando 3 mil hectares para a plantação da cana.
Outro empreendimento que deve trazer empregos para a cidade é a Empresa de Bio-Orgânicos Maranhão, que já plantou 200 hectares de mamona. A previsão é começar a produzir este ano, diz Marinho, revelando que toda semana chega uma empresa na cidade para sondar as alternativas de negócios.
O morador João Neto já percebeu os efeitos das mudanças. Ele ajudou a construir a Norte-Sul até Porto Franco e hoje é um dos operadores da ferrovia, no transbordo da soja. Ele conta que vários amigos já conseguiram comprar casa própria, carros e motos. A construção da ferrovia melhorou muito a vida das pessoas, afirma ele. Ao contrário do passado, não é mais preciso sair da cidade para fazer as compras do dia-a-dia. O comércio já oferece grande variedade de produtos. Mas o preço ainda é salgado. O litro do álcool, por exemplo, não sai por menos de R$ 1,70 e uma Coca-Cola pode chegar a R$ 2,00. Mas esse quadro deve mudar com a redução de custos de transportes, ligação com o Sul e Sudeste e novos investimentos.
Isso significa mais emprego e melhora da renda da população. Em Araguaína, onde haverá mais um pátio de transbordo de carga, a expectativa pela chegada das novas companhias é grande. Cinco empresas tiveram permissão de uso no pátio da cidade. São elas a Voetur, Renova Energia, Cotril Agropecuária, Global Distribuidora de Combustíveis e Rodo Posto Eldorado, comenta o responsável pela área comercial da Norte-Sul, Matheus Maurício Ramos, que presta serviços para a estatal Valec. Segundo ele, a Renova Energia vai abrir uma fábrica na cidade para a produção de biodiesel e criar cerca de 600 empregos diretos.
Outro projeto faz parte da parceria entre o grupo paranaense Cescage e uma empresa belga, cujo investimento soma R$ 30 milhões. Eles vão produzir álcool de batata-doce especialmente para a fabricação de perfumes. A expectativa é criar outros 200 empregos diretos. Ramos completa que a plantação será feita por agricultores assentados. Eles vão receber as mudas, plantar e colher. O resíduo da batata servirá de ração animal e
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