Nesta quinta-feira (24), o governador José Roberto Arruda assinou, em Montpellier, na França, uma parceria no valor de 350 mil euros (cerca de R$ 980 mil), a fundo perdido – sem necessidade de devolução -, com uma empresa da cidade e a Agência Francesa de Desenvolvimento para parceria técnica na construção do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), que será construído na W3 Sul. Amanhã (25) está prevista a visita do governador ao sistema de metrô de Paris e a Companhia de Eletricidade da França, responsável pela iluminação dos monumentos públicos.
A verba de 350 mil euros será investida no aumento da eficácia do novo sistema, que revolucionou o transporte público em Montpellier. A construção do VLT deve começar logo que for assinado o empréstimo de 140 milhões de euros (cerca R$ 390 milhões) com a Agência Francesa de Desenvolvimento. A expectativa do GDF é que a assinatura seja em setembro, quando o Presidente da França, Nikolas Sarkosy, visita o Brasil.
No ano passado, técnicos franceses estiveram em Brasília a convite do GDF e da Agência Francesa de Desenvolvimento, quando ficou acertado o empréstimo de 140 milhões de euros para a construção do VLT. “Tudo isso só se tornou possível porque Brasília fez o dever de casa. O GDF economizou, cortou gastos, tomou medidas duras para se adequar à Lei de Responsabilidade Fiscal e aumentou a capacidade de o DF captar mais recursos para investimentos. Quem vai ganhar com isso é população”, disse Arruda.
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O acordo assinado hoje tem a validade de seis anos e prevê a colaboração da Companhia de Transportes Públicos (TAM) de Montpellier na construção de estacionamentos públicos, na integração do VLT com outros tipos de transporte leves como ônibus, bicicletas e caminhadas, bilhetagem e reordenação urbana dos bairros que serão beneficiados pela linha do VLT.
“Os técnicos franceses acompanharão cada passo da obra, o que vai permitir transparência e eficácia”, destacou o governador. “Mas o que mais me impressiona é a revolução no transporte público que o VLT pode fazer em Brasília. A W3 de hoje está decadente, com o VLT a W3 vai ter vida outra vez”.
O exemplo de Montpellier
Cidade medieval do século XI , tombada pelo Patrimônio Histórico, Montpellier era há 20 anos uma cidade em decadência, apesar de ter uma das mais antigas universidades do mundo. A construção da primeira linha do VLT mudou a cara da cidade. A primeira reação da população foi negativa e as obras incomodaram por um bom tempo. A rejeição à mudança chegava a 60%.
A aprovação só aconteceu depois que o trem começou a funcionar e agora 95% da população aprova o VLT. “É uma mudança de cultura”, disse o diretor-geral da empresa de transportes de Montpellier, Marc Le Tourneur. “Mas vale a pena investir porque a qualidade de vida dos moradores aumenta muito”, acrescentou.
Hoje há poucos carros circulando na cidade, a primeira linha transporta 130 mil passageiros por dia e a segunda, 55mil. A expectativa da prefeitura de Montpellier é transportar mais 80 mil com a terceira linha, o que significará o transporte de quase 70% da população de Montpellier, de 400 mil habitantes.
No centro histórico o que se vê são crianças e mães passeando, jovens conversando, ciclistas que atravessam as linhas do VLT sem preocupação. “Eu nunca vi uma cidade se preocupar tanto com os pedestres,” disse o Secretário de Transportes, Alberto Fraga.
Mas Montpellier não é a única cidade que tem esse tipo de transporte. Na Europa, aderiram ao sistema lugares famosos como Paris, Bordeaux, Lion, Grenoble, Nice, Strasbourg, na França. Dusseldorf, Berlim, Colonia e Nuremberg, na Alemanha. Na Espanha, Madrid e Barcelona. Para o governador Arruda, esse é o melhor exemplo de revitalização.
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