A Espanha mostrou suas cartas ontem no seminário da FIESP sobre o TAV, apresentando-se em dois consórcios: um liderado pela Talgo e outro pela Siemens espanhola. O da Talgo, fabricante do trem, compreende a Copasa, de obras civis; a Dimetronic e a Thales, de sinalização; a Cobra, de eletrificação; a Imanthia, empreiteira de superestutura, e a Consultrans, consultora de engenharia. A Talgo (de Tren Articulado Ligero Goycoechea-Oriol, o nome dos seus fundadores) fabrica o trem de alta velocidade espanhol conhecido como “pato”, por causa do seu bico quadrado, embora, para a operadora estatal Renfe, seja um AVE como os outros. Mas não fabrica locomotivas, que são fornecidas pela Bombardier e montadas na Alemanha. O trem é push-pull, com uma locomotiva na frente e outra atrás. Desenvolve 330 km/h. Circula na linha Madri-Sevilha.
O segundo consórcio é integrado pela OHL, de obras civis, presente no Brasil em concessões rodoviárias (Autovias, Centrovias, Vianorte e outras); pela Isolux Corsan, empresa de eletrificação e telefonia; Indra, de sinalização; Ayesa, consultora; Banco Santander e Siemens. A Siemens espanhola forneceu os 28 trens do seu modelo Velaro E para a nova linha Madrid-Barcelona, capazes de trafegar a 350 km/h, com tração distribuída. Os trens foram fabricados em Cornella, na Espanha, e em Krefeld, na Alemanha. Segundo a definição de uma fonte da empresa, é o “cavalo espanhol”, que vai entrar no páreo junto com o “cavalo alemão” da matriz.
Os representantes dos dois consórcios afirmaram que estão em busca de sócios brasileiros para formar o grupo que se apresentará na concorrência do TAV brasileiro. Que segundo o último calendário, divulgado ontem pelo diretor geral da ANTT, Bernardo Figueiredo, compreende publicação do edital neste mês de setembro (a modelagem financeira foi divulgada também ontem, veja a notícia neste site) com audiência pública em outubro; propostas dos concorrentes em janeiro de 2010; contratação do consórcio vencedor até junho; e início das obras no segundo semestre.
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