Nos anos 1940, a bomba atômica aterrorizou o mundo e provocou o aparecimento de abrigos nucleares: construções subterrâneas, com paredes revestidas de concreto e chumbo. São os chamados bunkers. Países da Ásia, da Europa e da América do Norte ainda mantêm esses abrigos para proteger, pelo menos, parte da população em caso de ataques nucleares. Mas nenhuma nação se preparou para o que está acontecendo no Japão.
Em cada reator nuclear, a quantidade de material radiativo é centenas de vezes maior do que o produzido pela bomba de Hiroshima. Em alguns desses reatores, a quantidade chega a ser mil vezes maior, o que torna os abrigos existentes incapazes de evitar a contaminação.
Como os japoneses podem se proteger de tamanha radioatividade? Existe algum lugar que seja seguro? A melhor decisão pode ser a de ficar dentro de casa. É o que pensa o professor Luiz Pinguelli Rosa, doutor em Física e diretor da Coppe-UFRJ. Ele sugere que as pessoas fiquem nos corredores internos das casas ou apartamentos. Quanto maior o número de paredes a separar as partes externa e interna da casa melhor.
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“Manter tudo fechado e ficar lá, em corredores fechados longes das janelas, com suprimento possível e necessário para uma sobrevivência certo prazo”, afirma o professor.
Outra possibilidade para se proteger da contaminação nuclear pode estar nas estações do metrô. São construções que ficam, no mínimo, a quatro metros abaixo da superfície, rodeadas por uma enorme quantidade de terra e para sustentar as paredes de toneladas de concreto. Mas, para o professor Luiz Pinguelli Rosa, uma proteção total contra a radioatividade é muito difícil, quase impossível.
“De qualquer modo, a penetração do ar, indispensável para a respiração, poderá estar contaminada se não houver uma filtragem, o que às vezes não é simples de fazer. É muito complicada uma verdadeira proteção. Você pode se afastar de áreas de maior radioatividade e recolher-se o mais longe possível dela”, explica o professor.
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